Atenção Seletiva
Ter foco em meio a tantas iscas que nos roubam a atenção tem-se tornado uma tarefa digna de Hércules.
A “atenção seletiva”, segundo Daniel Goleman, é a capacidade de mirar em apenas um alvo ao mesmo tempo que ignora um mar atordoante de estímulos. Um redator, por exemplo, diante de um texto, que precisa elaborar e em seguida corrigi-lo, necessita ignorar os vários estímulos à sua volta: as conversas entre colegas, pessoas ao telefone, reuniões ocorrendo a poucos passos de onde se está, o barulho dos ares-condicionados, da obra ao lado martelando... Todas elas são distrações sensoriais. O fato é que quanto mais o nosso foco é interrompido por essas distrações pior nos saímos nos afazeres.
Goleman em seu livro “Foco” afirma que o maior desafio para a atenção está no tumulto emocional. O mesmo autor nos diz que a linha divisória entre uma ruminação infrutífera e uma reflexão produtiva é o alcance de uma solução que nos permita o escape dessa reflexão sem fim. É por essa razão, que quando a vida nos apresenta um problema ficamos imersos nele, na tentativa de encontrar uma saída, ou seja, a solução.
A incapacidade de abandonar um foco para tratar de outros, nos diz Goleman, pode deixar a mente perdida num ciclo de ansiedade crônica. O que é muito perigoso para a saúde. Aliás, a capacidade de tirar a atenção de uma coisa e transferi-la para outra é essencial para o bem-estar.
O foco exige que abstraíamos as distrações emocionais, o que para Goleman são as mais difíceis. Segundo ele, trabalha melhor o foco quem tem mais capacidade de se manter calmo durante crises e de permanecer no prumo apesar das agitações emocionais da vida.