Uma vírgula!
Você ainda acredita que a vírgula, aquele sinal gráfico que indica uma pausa breve, serve para marcar a respiração? Se sim, saiba que essa concepção é um engano.
A vírgula, como sinal de pontuação que é, serve sim para delimitar graficamente as frases, para separar certas orações, bem como o vocativo, o aposto, os elementos de enumerações, as locuções adverbiais e por aí vai. Ou seja, sempre há uma razão, um critério, em que se leva em conta a sintaxe (ordenação e concatenação das palavras). A estilística é um critério igualmente importante ao se pensar o uso da vírgula, em que se pode dar ênfase a um determinado elemento da frase ou mesmo eliminar um duplo sentido.
A pesquisa pela palavra“vírgula” na internet permite o acesso ao texto “O poder da Vírgula”, que afirma, logo de início, que ela pode ser uma pausa ou não, exemplificando de duas maneiras: “Não, espere. Não espere.” Veja, a vírgula, no primeiro exemplo, em nada tem a ver com a respiração, mas sim com a ênfase, ao sentido que se pretende produzir. Isto é, dizer a alguém que espere. No segundo exemplo, não se utiliza a vírgula justamente para se dizer o contrário, que o outro, aquele que participa da conversa, deve seguir seu caminho.
Na oração “Os alunos, responsáveis, entregaram o trabalho.” comunica que todos os alunos cumpriram o acordo. No entanto, se as vírgulas forem retiradas,“Os alunos responsáveis entregaram o trabalho.”, o sentido então muda, informando que alguns entregaram e outros não.
Portanto, se alguém disser, em meio a um sorriso amarelo, que a respiração é o critério para o uso da vírgula, afirme convicto: “Uma vírgula que é!”.