A vida de Ajaxandre
No município de Tupiza vivia um homem que suspeitava saber de algo mais. Lhe era difícil por em palavras o que sabia. “As coisas não são assim tão simples” ele pensava e dizia. Nascido em um 31 de fevereiro, Ajaxandre dos Alves Dias, estudante da Escola Básica Dona Vitória, Escola Secundária D. Pedro IV e recém ingresso na Universidade Nacional de Ciências Humanas, sempre sonhou com o dia em que colocaria sua teoria a teste. Só não sabia qual teste fazer.
Suas suspeitas começaram no dia em que lera no livro A História Da Descoberta dos Asteróides Multi-Lineares, uma parábola sobre um tocador de contraalto (em oposição ao contrabaixo). Esse instrumentista teve que importar um raro professor vindo da Espanha do Sul, pois era o único instrumento que tinha interesse e seu pai o obrigava a aprender algum. O que havia de tão importante nessa história, ele não sabia dizer. Mas era uma pista, matutava o homem, uma pista de algo muito importante.
Era época de eleições e as elucubrações tão obviamente partidárias do partidárias do Partido Monárquico Marxista Clássico Livre só eram igualadas em simplicidade pelas idéias semi-pré-retrógradas do Partido Pós-Imperial da Física Elétrica e Avante. Como podia gente tão estudada, que dedicava sua vida aos estudos políticos, chegar a conclusões e atitudes tão simplistas, era o que o surpreendia. Nem mesmo os partidos menores e mais especializados escapavam da mesmice ideológica.
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“Se eu fosse me candidatar” pensava Ajaxandre, “e conseguisse exprimir minhas idéias, convenceria o mundo inteiro a me seguir”. O pobre homem realmente acreditava em suas palavras mentais. “O problema, é que ainda não foi criada uma linguagem rebuscada o suficiente para a expressão de tão refinadas teorias.”
A garçonete Gallitrix 2B já o conhecia, “Uma vodka alfa de 24 amperes não é?” Sim, era só isso que ele queria ao final de mais um dia de frustração com todos a sua volta. “Isso, e também uma rapadura.”