DESPREPARO
Não é novidade para ninguém que o nosso país está mergulhado no maior caos econômico de sua história devido aos erros, improvisos, desvios de função e roubo descarado perpetrados nas desastrosas administrações dos presidentes Lula e Dilma nesses treze e meio anos em que estiveram praticando os maiores desatinos para se perpetuarem no poder, através de barganha com o congresso nacional no nefando jogo do toma lá da cá ou, como pontifica Zé Sarney, praticando a versão canhestra do dogma franciscano “é dando que se recebe”.
Pelo último levantamento já estamos com mais 13 milhões de desempregados, mas em sentido contrário existem centenas, talvez milhares de postos de trabalho que não são ocupados pelo despreparo dos candidatos que engrossam as filas nos postos que fazem a intermediação entre as empresas e os trabalhadores e esse é o motivo mais alegado para o não preenchimento das vagas: falta de qualificação profissional.
Longe de mim ser saudosista ou achar que os tempos idos é que eram tempos bons. Tempo bom é hoje, é o aqui e agora e local adequado e bom para se viver é onde estamos ganhando, honestamente, o nosso sustento e tendo as oportunidades para planejar e realizar o futuro nosso e de nossa família.
Mas talvez esse despreparo, quase generalizado, seja a consequência das constantes modificações nos currículos escolares até aquele ponto em que o aluno opta por uma graduação.
No tempo em que eu era criança e adolescente (isso já faz muito tempo) estudava-se o primário, o ginasial, o nível médio e entrava-se numa faculdade, mas a partir do ginasial havia a possibilidade de formação profissional porque eram oferecidos cursos técnicos no SENAI (destinados à área industrial), no SENAC (para a área comercial) e no nível médio, podia-se optar pelos cursos, Técnico de Contabilidade ou Magistério, e para aqueles que tivessem o firme propósito de cursar imediatamente a graduação havia as opções, Clássico e Científico, para as áreas de Humanas e Exatas, respectivamente.
Nesse tempo também havia a reprovação quando o aluno não obtivesse conhecimento bastante para fazer as provas escritas, orais e em algumas matérias prova prática, teste para admissão ao ginásio e o vestibular para o nível superior que continua até hoje como o grande bicho papão para o preenchimento das vagas nas universidades coisa que, no meu entender, deveria ser exclusivamente por análise de currículo.
A vaga é para quem tiver o melhor histórico escolar e ponto final, porque o conhecimento, que é acumulativo, não se comprova num único teste.
Há que se registrar que as opções de cursos para o terceiro grau melhoraram consideravelmente pelo surgimento de várias carreiras novas e a demanda de mão de obra especializada para o preenchimento dos postos de trabalho.
Mas o incremento que se deu aos cursos superiores parece que apagou, ou pelo menos empanou, a importância da formação da mão de obra nos cursos técnicos e tornou duvidosa a capacidade profissional do contingente de formandos que entram semestralmente, no mercado de trabalho pois é bem comum vermos engenheiros executando serviços de mestres, advogados os de escriturários e graduados de várias e importantes áreas do conhecimento, vendendo artesanatos ou lanches em feirinhas ou nas praias.
Quantos de nós não já estivemos em lojas cujos vendedores balconistas, em rodinhas de conversas, agem como se fossemos invisíveis?
Ou tivemos que esperar, chamar a atenção ou sairmos do restaurante sem sermos atendidos pelo garçom?
Ou ouvir um sonoro NÃO antes mesmo de termos concluído a descrição da mercadoria ou serviço que estamos procurando?
Ou assistir à maneira negligente com que são manipulados os medicamentos e os equipamentos durante uma coleta de material para exame ou atendimento médico hospitalar?
Sem dúvida, a população cresceu desordenadamente, a tecnologia evoluiu, os postos de trabalho foram substituídos pela automação nas cidades e no campo, mas a necessidade de bons profissionais continua porque os robôs ainda não fazem tudo e para aqueles que estão preparados não falta serviço e muito menos salário digno.