Identidade
Uma maneira de existir no mundo
Quando se é muito jovem, o que mais se deseja é fazer dezoito anos. É um momento importante, porque celebra a chegada da tão sonhada maioridade. Ela que funciona como um rito de passagem, que marca uma mudança, um momento em que uma “nova” identidade é então aceita e assumida.
Agora pergunto: o que é identidade? Vale mesmo apenas aquela da cédula ou é algo mais que isso? A identidade de alguém é algo fixo, monolítico, uma história coerente, bem definida? Seria ela pessoal, subjetiva, coletiva? Em verdade, para alguns estudiosos do tema, como Stuart Hall ou mesmo Bauman, ela se mostra como uma representação coletiva, a partir de um conjunto de significados partilhados.
Ser ou não ser, eis a questão! A ideia de identidade seguramente ultrapassa os questionamentos e a meditação filosófica. Aliás, ela, a identidade, esse conceito que não é apenas um dada a sua complexidade, tem grande relevância para a compreensão do aqui e agora, do que acontece em nós, conosco e no mundo.
A identidade de alguém tem a ver tanto com o lugar primeiro de seu nascimento quanto com os demais pelos quais passa enquanto caminha pela vida; com a maneira como se alimenta, o que “escolhe” comer, vestir, em suma consumir. Seja como for, de um dado ponto de vista, a identidade de alguém é também filha de um sem-número de escolhas. Escolhas que o indivíduo faz, escolhas que fazem por ele.
A maneira como um indivíduo se percebe, como ele entende a própria identidade, certamente, terá enorme influência sobre o seu existir no mundo. E, os efeitos inerentes ecoam para o coletivo.