Preconceito nos anos dourados

Sou um saudosista inveterado, mas admito que nem tudo no passado eram flores, havia espinhos. E o espinho mais cruel era preconceito.

Fui vítima ns chamados anos dourados do preconceito. Ainda hoje, embora com menos intensidade, ainda sofro restrições. Mas ontem era uma dureza, se bem que sempre fuialtivo e reagia a esse mal. Vejam bem, meu ai era comunista. Vocês sabem o que era ser filho de comunista no tempo da Guerra Fria, do conservadorismo radical e do anticomunismo fascista, numa cidade do interior? Era um deus-nos-acuda. Ser filho de comunista, hermanos, fzia com que o adolescente fosse evitado, coo acontecia com alguém, pasmem, que estivesse com "bexiga preta". Vou dar um exemplo do terror espalhado pelo anti-comunismo fascista: na porta da Igreja Matriz havia um cartaz que retratava um soldado feroz com uma bota enorme pisando um pobre camponês e abaixo a advertência em letras garrafais: ISTO É O COMUNISMO! De forma que esse clima gazia com que alguns pais proibissem eus filhos de anter amizade com os filhos dos comunistas que eles chamavam de "assalariados de Moscou". Na escola, n ginásio, em qualquewr lugar o filho de um comunista era discriminado, ofendido e perseguido, inclusive e princiálmente pelos religiosos. Detalhe: na minha infância e adolescência quem açulava os truculentos a perseguir os communistas era um padre católico, na cidade de Arcpverde, estado de Pernambuco. Sempre tirei de leytra a discriminação. Reagia e isso compensava as agruras da perseguição e discriminação. Já com vinte anos presenciewi um fato incrível, fantástico, surrealista, que seria cômico se não fosse trágico. Seguinte: meu irmão caçula, tinha uns 13 ou 14 anos, entabulou um namorico com uma garota da sua idade. Qando o pai dela, que era capacho dos truculentos do PSD,descobriu, mandou imediatamente a filha desmanchar o namorico, e elea enviou um bilhete para o meu irmãoem cujo teor dizia que estava acabando o namoro porque ele era filho de um comunista. Certa feita, pressionados pelos truculentos do lugar, sem dúvida a mando do padre perseguidor, vários notáveis da cidade assinaram uma den[uncia caluniosa contra meu pai que redundou num processo que durou muito tempo. Nossa casa foi invadida várias vezes pela olícia, incsuive também elo EDxército (1964). Numa dessas invasões os tiras que alaém de brutais eram tamabém ladrõesroubaram uma pulseira e um relógio de minha mãe.

Já em Pesqueira, logo que ingressei no Banco do Npordeste, fui denunciado por alguns "pilares" da cidade que na denúncia argumentaram que era um perigo para o banco e a cidade um filho de comunista fichado ser funcionario da agência, essa denuncia foi enviada também a utrps [orgaos federais. Mas nao prosperou, aco que por ingterveniência do gerente da agência que não rezava pela carilha do antcomunismo. Mais tarde fui tamabem denunciado, ainda em Pesqueira, à direção do BNB e aos órgãos federais, dessa vez a acusação era que eu apoiava a causa dos índios Xukurus. Essa denúncia, da qual tenho cópia, foi simplesmete ignorada porque a causa dos índios era constitucional, os dreitos historicos dos xukurus às suas terras foi consagrado na carta magana.

Depois conto mais sobre o preconceito em outras áreas. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 03/04/2017
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