Lembrando João e Maria

"E agora eu era o rei/ Era bedel e ra tambem juiz/

E pela minha lei/ A gente era obrigado a ser feliz..."

(Chico Buarque e Sivuca)

De saco cheio com o noticiário e também cansando do lenga-lenga político, resolvi dar uma geral nas minhas velhas fitas cassetes. Peguei uma acaso, uma fita que gravei em Pesqueira ha mais de 30 anos, salvo engano, com músicas cantadas pela saudosa música da MPB, Nara Leão. Cloquei a fitae comecei a ouvir e então, de repente, tocou uma das músicas que mais gosto, "João e Maria". música de Sivuca e letra de Chico Buarque, cantada em dueto pela grande Nara e Chico.

Confesso, sempre que ouço essa musica me emociono. Para mim nenhuma música conseguiu capatar com tanta precisão e lirimo a linguagem das crianças como esse genial poeta, um arretado, sem concorrente na área da poesia musical.

Logo nos primeiros versos, ela consegue com maestria fazer com que recordemos dos tempos em que éramos felizes e não sabíamos - o que dava dimensão à vida, justamente porque não aquilatávamos o valor dos bons momentos era que a coisa tinha graça. É interessante como ele coloca o verbo sr, exatamente como fazem as crianças quando estão brincando: "Eu era...". Canta ele: "Agora eu era o herói/ e o meu cavalo só falava inglês/ a noiva do caubói/ Era você/ Além de outras três...".

Quanta sensibilidade! Sim porque a fantasia das crianças é a verdade delas: limpa, pura, íntegra, sem nenhuma maldade. Os versos recriandoo clima infantil (clima que renasce todos os dias na fantasia diuturna das crianças, mesmo que os usos e costumes tenham mudado), é autêntico, graças a Deus.

Talvez, com certeza, não haja mais o caubói, hoje João pode ser um Harry Porter ou um Homem Aranha, mas continuará sendo sempre um herói, e Maria, ah, Maria, apesar de muito mais independente, continuará saendo sua noiva, a mocinha. Se nao houver um cavalo, haverá rum robô e ele, sem dúvida, falará inglês. E o nosso herói continuará enfrentando batalhões, alvez não mais composto de alemães, mas de terroristas e marines do mal, ou ainda de bandidos do colarinho branco internacionais eou mesmo do patropi. Claro que não existirá mais os ensaisos de rock para as matinês, agora será o funk, axê music e esses pagodes horríveis. Mas as crianças continuamm obrigadas a ser felizes, na fantasia delas sso é fácil, nos e que não consigumos viver essa transa porque esrtamos obrigados a vivenciciar uma mesmice, tédio e agruras do cotidiano chato e difícil.

Infelizmente não há mais os quintais de antigamente onde éramos os fatais (a selva de Tarzan), mas o faz de conta persiste, a mente das crianças, apesar do boicote da tevêe da moda dos tablets e maquininhas, continua viajando a todo vapor pelos caminhos da fantasia, voando no tapete mágico da imaginação, desafiando técnicas, desmoralizando programase e teniicismo, a força da imaginaçãodelas é muito mais criativa do que a certeza e perfeição dfas máquinas. A vida sempre será superior a qualquer tecnologia.

Pena é que os últimos versos da música sejam tão realistas e por isso mesmo tão verdadeiros: "Era uma noite/que não tinha mais fim/ pois vocêsumiu do mundo/ Sem me avisar/ E agora eu era um louco/ Aperguntar/ O que a vida vai fazer de mim?!!!!".

Como ninguém é perfeito, sem dúvida ocompositor deixou de lado essa ou aquela brincadeira, como por exemplo aquela em que João era o médico e Maria a sua cliente preferida ou vice-versa.

Vltemos à realidade chata. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 02/04/2017
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