Nomenclatura
Nas escolas ou mesmo na academia (universidade) há uma espécie de controvérsia em relação ao ensino da nomenclatura da língua portuguesa. Há aqueles que não valorizam o seu ensino, mas será que negar a relevância de um conjunto de termos peculiares a uma arte ou ciência é mesmo o caminho?
Por que a maioria das pessoas, não importa a idade ou mesmo a profissão, não consegue acentuar todas as palavras na redação de um texto mais formal? Não seria porque desconhecem as regras de acentuação e também porque ignoram muitos dos termos que as compõem?
É de suma importância valorizar e conhecer a nomenclatura da língua utilizada na escrita. Saber o que é uma oxítona, uma paroxítona, uma proparoxítona, um ditongo, um hiato, sem torcer o nariz. Afinal, como acentuar assertivamente sem se apropriar de tais conceitos?
Veja, acentua-se o segundo elemento do hiato, quando este for “i” ou “u” tônico (sa-ú-de, des-tru-í-lo). Todas as paroxítonas terminadas em ditongo são acentuadas (relatório, infância). Essas são apenas duas das regras, mas sem conhecer a nomenclatura, acentuar uma palavra em uma redação se torna um ato desprovido de reflexão.
O exercício da medicina seria possível sem a sua interminável nomenclatura? Como descrever o mal que acomete um ser humano sem conhecer os inúmeros termos da anatomia humana? É possível ser um médico sem o conhecimento dessa intrincada nomenclatura? Seja de células, tecidos e órgãos?
Há um certo fundamentalismo vigente e perigoso contra o ensino da nomenclatura em nosso país. É um pequeno cisco no olho, infelizmente capaz de esconder uma montanha.