Reflexões sobre a Operação Carne Fraca

Inúmeros equívocos de interpretação aos procedimentos e substâncias adicionadas a carne fizeram que um setor importantíssimo da balança comercial brasileira fosse em horas trucidado vertiginosamente.

As acusações envolvendo 21 frigoríficos vão desde métodos de fraude para ocultação da carne vencida até oferecimento de suborno para fiscais a fim de liberar produtos. Afirmaram categoricamente que a carne moída era misturada com papelão, algo improvável de ocorrer, já que o sabor do alimento seria facilmente percebido pelos consumidores devido ao gosto intragável. A surpreendente combinação com o papelão não passava de uma bizarrice, o áudio referia-se a utilização do papelão como meio de embalagem para o produto.

Com isso, o Governo tratou de contornar a repercussão negativa motivada pela ambiguidade de informações desencontradas sobre a Operação Carne Fraca. Diversos países interromperam a exportação eivados pelas notícias precipitadas e mal conduzidas, levando a derrocada uma parcela significativa dos produtores de carnes e embutidos.

Estamos diante de um episódio lamentável que deve ser apurado peremptoriamente pela Corregedoria dá Polícia Federal a fim de levantar provas dos deslizes fornecidos nesta investigação. Correto é necessário o acompanhamento de todos os ilícitos praticados pelas empresas arroladas, delimitando apenas as ocorrências verdadeiramente comprovadas evitando mais um espetáculo deprimente que poderá colaborar para o adiantamento do fim da operação.

Conforme foi divulgada as notícias inicialmente, induziram na absurda impressão de que toda a cadeia produtiva estava contaminada, desta forma a carne parecia de uma frouxidão no método de fiscalização dos produtos oriundos dos frigoríficos. Faltou com certeza um trabalho mais cuidadoso da PF resguardando o "produto" investigativo e no tempo oportuno a deflagração das provas mais robustas atestando sem sombra de dúvidas, os desmandos dos fiscais corruptos mais uma gama extraordinária de irregularidades envolvendo os frigoríficos acusados.

Os desdobramentos futuros da Carne Fraca irão pontuar o seu êxito ou fracasso, por ora somos lamentavelmente atingidos por suas falhas interpretativas. Basta ao Governo continuar acalmando o mercado consumidor sinalizando com procedimentos assertivos e comemorando paulatinamente a reabertura de mercados importadores imprescindíveis no consumo dos produtos brasileiros.

Alguns países continuam mesmo que parcialmente o bloqueio, mas hoje a reabertura de Hong Kong foi extremamente benéfica, já que é o segundo maior mercado importador com a cifra de US$ 1,5 bilhão só no ano passado.

Com a regulação de mecanismos eficientes evitaremos problemas idênticos e a preocupação do Governo em reativar a confiança dos mercados internacionais para aquisição dos produtos, (carnes e embutidos) basta tranquilizar o mercado interno no qual foi seriamente afetado com tais informações. O consumo decaiu e demissões no setor foram anunciadas aos pincaros, convém citar um frigorífico que demitiu 300 funcionários devido as denuncias imputadas e a exposição negativa.

Partilhamos do intuito de chegar ao cerne dos responsáveis por todas as falcatruas que motivaram este caso e puni-los com o rigor da lei, mas também punir os responsáveis pela exposição das provas sem embasamento no qual não somente emitiram pareceres infundados, como também denegriu de forma vexatória um setor que sustenta milhares de empregos que tanto fazem falta atualmente e aguardamos recuperar-se dignamente desta avalanche de vicissitudes.

Nota do Autor: Atualmente a Operação Carne Fraca está em sua quarta fase e investiga a suspeita de pagamentos indevidos pela BRF, à auditores fiscais em diversos estados em troca de benesses na fiscalização.

Luis Profeta
Enviado por Luis Profeta em 01/04/2017
Reeditado em 03/02/2020
Código do texto: T5958769
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