CURITIBA DE HOJE


Curitiba completou 329 anos de fundação em 29 de março de 2022. Houve festa para a população nesse feriado, com Sessão Solene na Câmara Municipal, apresentações musicais no Centro Cívico e um enorme bolo oferecido pelas indústrias de panificação.

Sou do interior de Santa Catarina mas faz tempo que Curitiba é minha cidade do coração. Aqui cheguei em 1970 para estudar. Meu sonho era fazer um curso superior na prestigiada Universidade Federal do Paraná, onde me graduei em Letras em 1974. Consegui um bom emprego e aqui ainda estou, agora aposentada.

Curitiba me encantou pelas oportunidades que oferecia, pelo clima parecido ao de minha terra natal, pela intensa vida cultural, o comércio variado e a beleza da cidade.

Neste seu aniversário, faço um balanço de todos esses anos decorridos. A cidade continua bonita, porém não tão bela como a encontrei. Fico muito triste quando vou ao centro. Tudo está pichado, prédios, lojas, casas, muros. Vejo uma feiúra generalizada, praticada pelo homem. Há moradores de rua deitados com seus cobertores de mendigos sob as marquises de lojas e bancos. Ali estão instalados com seus pertences, alguns trazem até um cachorro. Existem famílias inteiras nessas condições precárias de higiene e conforto.

A violência está presente em todo lugar. Roubos, assaltos e golpes de toda sorte. Deixamos de sair à noite e mesmo durante o dia há lugares que não mais frequentamos. Quando aqui cheguei, gostava de visitar o centro velho da cidade, o Largo da Ordem, as Ruas Riachuelo e São Francisco, lugares pitorescos, calçados com paralelepípedos, com suas casas antigas preservadas. A Rua São Francisco, estreita e simpática, transformou-se em local de prostituição e consumo de drogas. Sim, também temos a nossa Cracolândia!

Espero que as autoridades impeçam o crescimento dessa praga urbana e que a região não fique igual à sua congênere paulistana. Mais um tempo e terão perdido totalmente o controle sobre esse mal que assola nossas cidades grandes e pequenas.

É triste! Vejo hoje uma decadência física, econômica e moral em minha cidade.

Será a crise econômica por que passa o país a responsável por este estado de coisas? Certamente, é uma das causas, mas não a única. Sou, por natureza, uma pessoa otimista e cheia de esperança e, apesar de todas estas evidências em contrário, acredito que o Brasil tem jeito. 


 

Aloysia
Enviado por Aloysia em 01/04/2017
Reeditado em 06/10/2022
Código do texto: T5958550
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