MINHA VIDA NO PLURAL

Nasci, cresci e meditei: existo e resisto, registro com minha mágica caneta momentos disfarçados, instantes que ficaram para trás. Momento esquartejado, cortado ao meio, tempo esquisito. Momentos de caos urbano e rural agrotóxico na cidade poluída. Fumaça vomitada, o erro maior do que o acerto. No final das contas somos todos humanos, habitantes deste globo e do espaço, não esqueçamos dele, sinal de que sobrevivemos.

Com esta caneta mágica posso relembrar de momentos múltiplos, no plural, minha vida no plural, caos, sangue nas ruas, violência ao extremo, hipnose coletiva, maneiras e sotaques de falar e ouvir, no meio deste barulho ensurdecedor deste tempo presente e avassalador.

Momentos trágicos, pensamentos atônitos, reações atômicas, repetidas e repetidas dentro do nosso cérebro. Explosões e implosões ao alcance de todos, risos, disfarce, malícia, mentiras, euforia, neuroses, distúrbios. Este não sou eu.

Muita bomba nestes músculos, sangue adulterado, manobra radical, ilícita, nestes momentos cruciais, minha vida no plural, escapei de mais uma. Este não sou eu.

Mais de momentos cruciais, agora, nesta tempestade de informações mal informadas, falsas notícias, hipocrisia, venda de caráter no atacado e no varejo, venda on line, estou tão virtual ultimamente. Este não sou eu.

As estações estacionaram e o tempo se dissolveu neste caldeirão de ideias absurdas e desumanas sensações e ambições para conseguir o novo status quo ou o novo produto do mercado ou a faca mais afiada ou o símbolo que vai prevalecer e vender nesta competição capitalista insana e idiota, mercado surreal, interesses escusos, ganância e poder. Este não sou eu.

Minha vida no plural. Pulei de um edifício para outro. Corri, parei, sufoquei, planejei o próximo passo, caí no buraco negro, saí pela tangente, cosmos, palavras que salvam, universais, ilimitadas, infinitas. ESTE SOU EU.

Fugi do planeta neste momento caótico.

Chega de tanta difamação.

Não fui notificado de sua insanidade.

Quero meu advogado.

Não estou sozinho nesta.

Minha vida no plural.

florencio mendonça
Enviado por florencio mendonça em 29/03/2017
Reeditado em 29/03/2017
Código do texto: T5955528
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