Conflitos Interioranos

Jampruca nos anos 50 era um vilarejo onde havia o coronelismo politiqueiro, coronéis estes que a lei era só a deles. Meu pai chegou corrido em Jampruca, por causa da perseguição politiqueira em São do Oriente, na época também, um vilarejo. Ele corria lá o risco de morte. Vendeu a preço de banana uma propriedade produtiva e topograficamente linda, com 30 alqueires de terra quase toda em várzea, era tão bonita as paisagens, que muitas pessoas ficavam encantadas. Por causa dos politiqueiros de São João do Oriente, meu pai desfez daquele paraíso. Comprou um sítio fuleiro em jampruca, cercado de latifundiários. Para chegar ao sítio, tinha como fazer um atalho que diminuiria uns três quillômetros mais ou menos. Esse atalho na verdade já era um trilho demarcado por pessoas a pé no meio da mata, mas o bom seria para tropas e carro de boi. Meu pai abriu a estrada no peito e na marra. Deu xabú! A pendenga foi resolvida no Juizado de Paz. O Juiz questionou meu pai por invadir as terras do latifundiário , meu pai teve uma luz e questionou;” Engraçado em lugares por onde morei tinha a política de abrir estradas, aqui é ao contrário, quer fecha-las!”

Ficou ajuizado que só poderia transitar na estrada, nossa família e agregados do sítio. Com o tempo a estrada popularizou, misturou política e candidatos e tudo acabou na santa paz. O direito de ir e vir, ficou numa boa!

Lair Estanislau Alves.