COISAS VÃS.
Desperdiçar o tempo com coisas vãs. Ocupação inconsequente?
Escrever mesmo com pouca entrega de tempo como se faz nesse espaço. Seria restringir nosso curto tempo? Estar atarefado sempre, todo o tempo com nossos requisitos de melhorar é mais útil? Como? Com algo que fará crescer se ocupando integralmente, trazendo mais paz interior a cada pequenina lâmpada acesa, resolvendo em parte suas grandes indagações. Essa deve ser a meta? Alguns mal se recordam com o que estiveram ocupados. O tempo é implacável, soberano maior.
Muito se fala em reforma, não só em nossos dias, mas sempre, nas épocas, no mundo inteiro e proximamente, mas esquece-se da forma. Reporta a história irrespondível em sua cientificidade, a forma é história e se repete.
Só se reforma uma forma existente. Isto quando há vontade. E foram tantas as reformas...e não mudaram as formas. Nem os homens.
A forma é plena, nunca vazia, a forma incorpora objetividades visíveis. A ocupação com a forma é necessária, mas não leva a passeios edificadores quando reformas não reformam. Essa a constante linear, imutável. A forma se sucede, imodificável. É corpo permanente, elemento pétreo, consolidado. Somente a vontade sincera reforma. Sinceridade, conquista distante.Por vezes o necessário é vão.
Há vazio sensitivo e inexiste reforma quando a vontade é falsa. E a falsidade domina o homem e foi soberania em permanência. A forma é a “Senhora do Mundo”.
A vontade gera a reforma que alteraria a forma. O que se vê na história é a permanente ausência de reforma, persiste a forma. O homem não se reforma, desde os livros que são dos homens, como o Gênesis.
O Jardim dos primeiros tempos, do Bem e do Mal, continua sem reformas, as formas são as mesmas. A quebra da inocência permanece forte nas escolhas onde os inocentes passaram velozes para a grei da argúcia que reduz e prejudica maiorias. Negativaram o sonho de viver delícias e impuseram a forma da pessoalidade que mata a irmandade. Não há coletivo, mas massificação, não há valor, como etimológico, mas pessoalidade.
Só há materialidade privilegiada no sentimento que se exterioriza e faz crescer que reforma a forma existente pelo amor manifestado e onde existe objeto verdadeiro, e objeto tem forma, só assim é possível materializar o amor, na expressão declinada, visível sem sombras e confessada, na solidariedade incondicional individual e coletiva, no zelo e vigilância dos valores que serenam a consciência dos conscientes. É como uma crença.
Todos têm um Deus, ainda que só na materialidade. E o Deus material, destaque-se o paradoxo, não tem materialidade, é uma ficção, pois são valores ainda que negativos que encerram uma ideia, e Deus é uma ideia como discutido em Kant, mas um Ser Necessário. Precisamos de um Deus, há nesse impulso necessariedade.
“Deus é”, uma ideia, não está na forma, não sabemos o que é, mas Nele confiamos pelo amor que nos dirige e nos embala e faz crescer. Há esse Deus que faz crescer pela “ideia de Deus”.
O “não ser” em forma, ideia ficcional, se mostra sendo quando ama. Faz de seus filhos veículo de sentimento.
Por isso a verdade não nasce teoricamente, nem por investigação puramente filosófica, antes é correspondência exata com a realidade, e o amor é um grande veículo da realidade, é visível. A forma que surge também da imaterialidade, pelo amor, força que impulsiona e move toda a natureza, torna-se pelo sentimento materializada por multiplicação.
A verdade suprema de todas as ideias é o estado de consciência de entrega do sentimento e da crença, e ele é forma quando surge e se articula com gigantesca força, é o agora vivido, e o agora é presença desde que haja amor.
Nenhuma surpresa pode haver nas reformas projetadas, aqui e no mundo, positivas e negativas, as formas é que vão se sucedendo e as reformas seguem as mesmas formas.