VOCÊ TERIA FEITO DIFERENTE?
Dizem que o que marca as pessoas, na maioria das vezes, são as emoções mais fortes que elas já viveram. De certo é bastante fascinante pensar como todos estão ávidos por experimentar essas sensações que nos desconcertam, que fazem com que percamos o controle e que nos permitem “sairmos de nós mesmos”. Muitos esperam a semana inteira ou durante um mês, ou um ano para que possam gozar tais estímulos e se extravasarem. Alguns, dia a dia, apreciam inevitavelmente essa amplitude sensorial em suas profissões, como por exemplo: policiais, médicos, bombeiros ou comandantes de aeronaves. Por outro lado, também há os que por viverem essa aceleração metabólica de forma recorrente, no findar do dia só pensam em descansar, sem turbulências - querem apenas aquietar a mente e o espírito. Existem também aqueles que praticam esportes radicais para sentirem essa adrenalina constante. Tudo é assim magnífico e cada um usufrui o que se há para viver! Os que estão abertos a aprender e se desafiam diariamente, segundo o senso comum, tendem a desenvolver mais amor-próprio, motivação e ânimo para a lida. Além disso, convivem melhor consigo, aproveitando o tempo de maneira mais benéfica. Abraham Lincoln, líder político norte americano, nos afiança que “o êxito da vida não se mede pelo caminho que você conquistou, mas sim pelas dificuldades que superou no caminho”.
Mas o que é a emoção? Como definir essa sensação que nos entorpece, nos faz rir, nos faz acelerar, que nos faz arrepiar e querer mais e mais. Nessa hora somos como uma criança que visita um parque infantil de diversões e se maravilha com os brinquedos, pois deseja sentir aquele “friozinho na barriga” o tempo todo. Pois bem, a palavra emoção tem origem no latim emotĭo e é uma alteração intensa e passageira do ânimo, podendo ser agradável ou penosa, que surge na sequência de certa comoção somática. De acordo com o dicionário da língua portuguesa, “a emoção desperta, em certa medida, um sentimento de agitação no indivíduo, expectante perante aquilo em que participa ou determinada circunstância”. É muito curioso como a emoção positiva nos faz ter uma percepção de que tudo está mais perfeito a nossa volta. Naquele momento nossa visão parece estar mais clara, nossa expressão corporal fica “fácil e aberta”, nossa coloração de pele modifica, nossa alegria transborda irresistivelmente e não há quem não possa ver que algo diferente está no ar.
É claro que nem tudo é tão somente contentamento, encerramos também sensações emocionais que fatalmente não são tão agradáveis. A emoção pode causar diversos efeitos nas pessoas - às vezes elas choram, outras vezes riem. Pode ser que faça as pessoas sentirem dor, ainda que seja um desgosto psicossomático. O pintor pós-impressionista neerlandês, Vicent Van Gogh, expunha que “não devemos esquecer que as emoções são os grandes capitães de nossas vidas, nós obedecemos-lhes sem nos apercebermos”. Vivenciamos diversas sensações neurais, corporais que navegam em nós e que indubitavelmente influenciam o nosso humor e nossa forma de nos relacionarmos com as pessoas. Por conseguinte esses sentimentos podem nos dizer se seremos mais controlados para lidar com os outros ou se vamos ser “escrachados” e “sem papas na língua”. É bastante suntuosa essa diferença de impressões, de respostas e de absorções que o ser humano possui e que através de cada lembrança, cada experiência pode fazer com que reaja de variadas formas, conforme tenha interpretado um episódio ou mesmo o que tenha presenciado nas diversas fases de sua existência, desde a infância até a fase adulta.
Perante o que se retrata aqui, compreende-se ainda que cada impacto que nos invade, faz nos sentir mais vivos. Desse modo, de quando em vez, perdemos oportunidades de sermos quem somos por timidez, por vergonha ou por medo de viver com verdadeira intensidade. Vale dizer que cada gargalhada, cada choro, cada abraço, cada beijo, quando estamos juntos dos que amamos devem ser momentos de valor incomensurável. O escritor e crítico literário sueco, Arthur Lundkvist, asseverou certa vez que “há uma alegria selvagem em estar vivo. Há uma embriaguez da existência. Cada hora é uma amante para o meu desejo infinito”. Pois é bem verdade que a despeito de tendermos a pensar que tudo se repete, isso é irremediavelmente falso! Quantos ao nosso lado estão perdendo a vida em segundos no trânsito, em enfermidades ou em descuidos! Se pudessem, certamente voltariam e tentariam diferente. Contemplariam cada momento, cada alegria, cada consternação, estando presentes de corpo e alma, ali com a família, ali no banco da escola ou na faina profissional. Como diz a canção - teriam se arriscado mais, amado mais, ouvido mais quem lhes pedia atenção; teriam visto mais o sol nascer e não incessantemente ter razão, esperando que apenas os outros se abeirassem. Teriam tão puramente complicado menos e deixado ser cada um do jeito que é. Inquestionavelmente a pureza de espírito, a leveza da alma e a força da sabedoria são companheiras inseparáveis para que possamos transpor melhor a única vida que temos neste mundo!