BUSCANDO O ANTÍTIPO DA PÁSCOA (Não te prendas a nada que não te liberte" — Marlon Pires Leandro)
Hoje, neste sábado de aleluia, me encontro sozinho, longe dos meus parentes. As lembranças do passado inundam minha mente. Decido então, colocar em dia minha correspondência, enviar alguns e-mails, fazer algumas ligações. Mas, a maior parte do tempo, me dedicarei à espiritualidade, lendo a Bíblia, meditando sobre as circunstâncias do dia. Ainda carrego o peso da semana agitada que passou, mas hoje, o dia está mais "tranquilo e favorável". Assim, posso refletir sobre meus descaminhos, medindo-os com a régua da humanidade. Aproximem-se... para a benção pascal!
São Lucas nos dá detalhes interessantes sobre a Ascensão de Jesus. Quando Ele subiu aos céus, todos ficaram ali, parados, extasiados, olhando para o alto, meio perdidos, até que dois anjos lhes explicaram que deviam continuar vivendo sua vida (At 1:9-10). E o mesmo São Lucas diz que “eles voltaram para Jerusalém com muita alegria e louvando a Deus” (Lc 24:52). Os discípulos, já felizes com a Ressurreição de Jesus, entenderam que a missão deles iria começar, mas com a força do Alto.
A Páscoa, a ressurreição de Cristo, traz consigo muitas questões. Ele disse: "Não me toques porque não subi ao Pai". Só Tomé, o incrédulo, podia tocá-lo. Então, comeram juntos. E na estrada de Emaús, Ele ainda não tinha subido ao Pai? Passou 40 dias comendo e bebendo e ainda não tinha subido ao Pai! Atravessou a porta do esconderijo dos discípulos sem abri-la. Só subiu no dia da despedida. Agora, Ele e o Pai são Um. É melhor acreditar que roubaram o corpo. Foi a conspiração romana que escondeu o corpo, para mostrar que a guarnição era fraca e falha. Como disse Clarice Lispector, "Eu que simbolicamente morro várias vezes só para experimentar a ressurreição…". Tudo é simbólico!
E assim, eu também experimento a ressurreição a cada manhã, trago uma reflexão profunda aos leitores: a verdadeira redenção reside na capacidade de amar e compartilhar, livre de amarras materiais. Que possamos todos encontrar essa verdade em nossas sendas. E assim, encerro esta crônica com uma mensagem impactante: a verdadeira redenção reside na capacidade de amar e compartilhar, livre de amarras materiais. Que possamos todos encontrar essa verdade em nossas sendas.