O Passarinho
Hoje a minha pinscher matou um passarinho… Peguei uma cadeira e sentei em frente ao pequeno corpo já sem vida e fiquei a observar e a pensar: não podia deixá-lo ali no meio do quintal como se não tivesse importância nenhuma. Então me levantei, fui até o jardim, embaixo da árvore de acerola, abri um pequeno buraco e coloquei o passarinho lá, fechei a cova e fui até o jardim; peguei algumas flores que ali tinha, e coloquei em cima do túmulo. Eu tinha que fazer isso, não podia deixar ele ali, jogado no chão. Muitos vão pensar: “mas era só um passarinho!”. Não, não era só um passarinho, era uma rolinha, um passarinho pequeno e marrom, era um ser vivo, um ser que com os seus pequenos olhinhos já viu tanta paisagem bonita. Fiz pelas memórias dele, pelos sentimentos e por tudo o que esse passarinho viveu.
E isso me fez pensar em como a vida pode acabar em um piscar de olhos. Que você pode se deitar para dormir e não acordar. Então, apenas realize, viva cada dia como se fosse o último. Ame, chore, sinta… Mas nunca se arrependa de nada que você tenha feito. A vida é uma só, então vamos viver ela intensamente.
Sabe oque eu senti quando fiz isso pelo passarinho? Eu senti paz, e pude fazer algo por um serzinho tão pequeno que embeleza o mundo. E sei que ele lá no céu dos passarinhos está grato.
Então gratidão, pequenino, por me ajudar a ver a beleza nas pequenas coisas. Gratidão por me fazer ser mais sensível , gratidão por me ensinar a ser um alguém melhor.
Gratidão, Pequenino.