SOU INOCENTE!!!

Calma!

Não, não cometi crime algum. Ou, talvez, involuntariamente, o tenha cometido, sim. O crime: carregar comigo, uma inocência, beirando a ingenuidade. Carrego no coração a culpa por acreditar na humanidade. Por acreditar que nem tudo está perdido. Por acreditar na paz mundial, num sorriso sincero, na palavra amiga, no amor incondicional.

Ok, me rendo !! Admito a culpa! Porém, antes de ser trancafiada a sete chaves, sugiro um estudo detalhado dessa mutação genética que inexplicavelmente, tomou conta do meu frágil e inocente ser. Acredito, futuramente, fazer parte de importantes pesquisas na intenção de resgatar esses estranhos nobres sentimentos ,há tanto, esquecidos com o passar dos anos.

Sim, sou inocente. E, acredito em você. Acredito nos seus mais sinceros sentimentos e prefiro continuar acreditando. Posso ser magoada incontáveis vezes ...ainda assim, continuo acreditando. Decepções, sem dúvida, fazem parte desse acreditar sem fim. Mas essas teimosas mutações que não se deixaram adulterar com o passar do tempo, continuam insistindo na estranha mania de acreditar.

Talvez, meu coração tenha sido programado para filtrar as impurezas dos falsos sentimentos e, por isso, permaneço acreditando. No agora, no amanhã, em você. E, durmo o sono dos justos. Sonho com manhãs de primavera e acordo com o desabrochar das flores...

Sei que alguns dirão: Como ainda consegue acreditar?...Mas precisamos viver de acordo com nossa verdade e aprendi a confiar sem desconfiar...de verdade.

Ok. Sou “ré confessa”. Acredito, dessa forma, aliviar em alguns anos, minha pena. Por acreditar no amor, na verdade, na pureza da alma, na bondade, na humanidade.

Elenice Bastos.