Memoriol e História

No passado, sempre que alguém esquecia, propositadamente, alguma coisa, sempre havia quem lembrasse que essa pessoa estava precisando tomar Memoriol.

É desse conselho que lembro quando constato que a maioria das pessoas não ligam pirocas nenhuma para a história da sua terra. Tem mais: quase não há registro dela. O que existe são registros da crônica familiar das pessoas que no passado eram abastadas e hoje formam a chamada elite falida. Tocqueville dizia: "A história é uma galeria de quadros onde há originais e muitas cópias". Acertou na mosca.

Acho que aprendemos mais sobre a história quando dela contada pelos mais velhos, a história oral, quando é relatada sem meias palavras, sem medo e dem as enroladas das teses prolixas e complicadas.

Não acredito na história oficial porque mente mais que cachorro de fateira. Cito Anatole France: "Existe história imparcial? E que é a história? A representação gráfica de acontecimentos passados. Mas o que é um acontecimento? É um fato qualquer? Não, é um fato notável. Pois bem, como é que o historiador decide se um fato é notável ou não? Decide-o arbitrariamente segundo seu gosto e seu caráter, segundo suas idéias, como um artista, enfim. Pois os fatos não se decidem por si sós em fatos históricos e não históricos".

Para mim a história de um povo é a história que ele mesmo conta. Sou defensor da memória municipal, base de qualquer história e cultura. Mas tem muita gente querendo esconder a própria história. É uma pena e uma vergonha. Precisam tomar Memoriol. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 22/03/2017
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