Nunca nos preparamos para a perda (11-03-2017)
O que eu posso dizer que mudou para mim depois daquela fatídica noite em 17 de fevereiro na qual eu soube que minha mãe se fora deste mundo para sempre e teríamos que seguir sem ela? Não sei. Até agora, não sei definir qual o impacto causado por sua partida, que mostrou que nunca nos preparamos para a perda. Não queremos imaginar nossas vidas sem as pessoas que amamos.
Mas isto acontecerá mais cedo ou mais tarde na vida de todas as pessoas. Nenhum de nós está livre de sentir o choque causado pela perda devastadora, passar pelo doloroso rito do funeral e, nos dias que se seguem, aprender a conviver com uma nova e dura realidade: o dia-a-dia sem aquela pessoa. Você espera vê-la, porém, sabe que ela já não está ali. E, de certa forma, é como se a pessoa houvesse nos abandonado embora tenhamos perfeito conhecimento de que ela não queria morrer e que a morte é incontrolável, além do nosso poder e vontade.
Sendo a morte tão natural e inevitável, por que nos acostumamos a estigmatizá-la e custamos a aceitá-la como parte do ciclo da vida? Porque ela significa uma mudança brusca na nossa realidade? Porque causa uma separação? Estas são perguntas irrespondíveis. A única certeza que tenho é que me vi subitamente obrigada a aprender a viver sem minha mãe e devo seguir adiante contornando o vazio causado por sua ausência.