NEM HOSPITAIS NEM VELÓRIOS

Amiga entre aspas postou no Face, reclamando que ninguém se dignou a visitá-la enquanto esteve internada. Não recrimino ninguém. Sou um dos que quer distância de hospitais. Além de prejudicar a recuperação do doente, corre o risco de trazer para a casa uma das milhares bactérias que ali povoam. Uma professora internada teve que pedir ao médico que proibisse visitas. Alegava não estar disposta, todas as manhãs, chamar a cabeleireira, fazer a maquiagem e vestir com decência só para receber visitas que vêm hipotecar solidariedade com hipocrisia. Assim querida amiga entre aspas, após sua alta, em vez da visita, convido-a para um almoço ou jantar para celebrarmos sua recuperação.

Há muito não vou também a velórios. Sentia-me um tanto abalado e depressivo despedir-se dos muitos amigos que vão partindo com intervalos cada vez mais curto. Aliás, já manifestei o desejo, por escrito e registrado em cartório, querer ser cremado e nada de velório. Aquele sambinha diz bem: quando eu morrer, não quero choro nem vela...

Ao contrário, colega aposentado gostar de frequentá-lo. Comparece todos os dias só para tomar cafezinho, beliscar bolachas ou pão de forma. Nem toma conhecimento quem são os velados...

Yoshikuni
Enviado por Yoshikuni em 22/03/2017
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