Quieto está, mas quieto não ficarei.

Sentado no cair da tarde na minha gostosa cadeira repousante,

Deu-me vontade de participar de uma conversa, sem amigos.

Onde poderei encontrar alguém que tenha vontade e desejos,

Sim, para conversar é preciso que dois queiram, diálogo.

Abri a caixa de correspondência e lá estavam duas letras,

Uma consoante, “X” e a outra letra um simples vogal.

Duas letras que fizeram uma alegria e voltei no passado,

Lá ficaram registradas as aventuras que foram vividas,

Não por mim, mas por um grande escritor alagoano,

Xenofonte dos Anjos, rapaz simples e de boa conduta gostava,

De sentar-se à mesa de bar e com todos conversar. Tempo bom!

Escreveu-me em um dos seus desabafos que estava amando,

Quem seria essa sortuda? Indaguei e fez-me uma grande narrativa.

Lá para os interiores do Brasil, no Piruiba, vive o meu amor!

Espantei-me com tanta sinceridade, será que foi a “proibida”?

Uma marca muito sugestiva de que faz parte dos apreciadores.

Não, dizia-me à ocasião, meu coração pulsa pela morena.

E depois disso soube da tristeza que tomou conta do seu viver.

O que aconteceu amigo Xa? Perguntei em carta datilografada.

Disse-me choroso e lágrimas pingadas naquele papel amarelo.

Fui abandonado e largado como se fora saco de roupa velha,

Aquela que eu tanto amei se deu de amor por não sei quem,

Logo arranjou um filho que pois no mundo de Deus. Casada!

Nem uma palavra, nem um gesto de despedida, escafedeu-se!

Não se importe amigo de longos papos. Também passei por isso.

No respeito era apaixonado por uma coroa gordinha, belos modos,

E perseguido por uma velha bruxa de vilas perdidas. Amei a gorda!!

O que recebi uma mensagem grosseira e dizendo-se decepcionada.

Por que? Me pergunto? Nada fiz, não sou grosseiro e sou fino.

Assim terminamos a nossa conversa e ficamos assim conversados.

Não irei dizer que a bela morena da cor do azeviche voltará breve.

Deixarei na surpresa e que o meu amigo se erga da sua incredulidade.

Quando menos esperar ele talvez receba um e-mail com muitas letras.

Afinal ela é versátil e gosta muito de escrever e seus e-mails longos

Fazem parte do folclore interno do Brasil de lindos lugares.Breve!

Voltar sempre será alegria e fará bem à quem ama de verdade!

LAURO PAIXÃO
Enviado por LAURO PAIXÃO em 19/03/2017
Reeditado em 21/03/2017
Código do texto: T5945496
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