PAPA FRANCISCO, ORAI POR NÓS!
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
Já me passou pela cabeça que o Papa Francisco bem que poderia ser o Gandhi atual de nossos políticos. Para começar, ele é argentino, nascido Jorge Mario Bergoglio, e conhece bem nossa cultura, nossos hábitos, nossos meandros multifacetados, “pelo viés dos barrancos avergoados de enxurros" (Euclides da Cunha), enxurros de corrupção. Falta aos nossos políticos a lucidez de assumir os próprios erros e de um sem-número de partidos. Pelo contrário. Não existe vivalma mais honesta do que eles. Francisco, ao invés, reconhece que “até o papa tem pecados”. Quem não tem pecado atire a primeira pedra. Cada um, cada uma há de sair de fininho, a começar pelos mais velhos. Pedro, o primeiro papa, prostrado aos pés de Jesus, exclamou: ”Sou um homem pecador”.
Que o ser humano é fraco e pecador, experimentamo-lo a todo o momento. Pela boca do escritor sagrado, várias afirmações incisivas: O justo peca sete vezes por dia, em número simbólico, para dizer que peca absurdamente, conforme Livro dos Provérbios. O Eclesiástico confirma: Não há homem que não peque. São João, contundente: Aquele que diz que não tem pecado faz de Deus um mentiroso. Ainda do escritor sagrado: Aquele que esconde os seus crimes não será purificado.
Chico Buarque diz que “confessando bem, todo mundo faz pecado”, só a bailarina é que não faz... Pensamento musicado: Não existe pecado do lado de baixo do equador. Contudo, todos os dias se acumulam denúncias envolvendo excelências, que é um estardalhaço dos pecados. Um terrível, espantoso clima de corrupção assola o país. E ninguém assume. Pelo contrário, procuram acomodar a legislação de tal maneira que o foro privilegiado anistie, sim, todos os pecados, graças a uma indulgência plenária. Uma remição plena das penas, uma Lava Jato às avessas a lavar e purificar, como por encanto, autoridades públicas corruptas. Até o Boca do Inferno, Gregorio de Matos, bate no peito: ”Tenho delinquido”.