Sonhos de Um Palhaço
Por: Alexandre d' Oliveira
 
Quem neste pisa sente a alegria de nele se encontrar, porque é mágico  e nos seduz, por isto eu me sinto bem aqui, e assim eu pergunto:
Hoje tem espetáculo?...  ( com entusiasmo repete). (Silêncio total.)
Tem não, né?... Tem não senhor? ...  ( desolado ) me desculpe , mas não tem não senhor. Tem não senhora. É verdade. Olhe só...
Já tentei fazer muita gente sorrir,  massageando seus corações, equilibrei-me tanto na corda bamba,  vivi por muito nos arcos  do globo  da morte,  me contorci  diante dos fatos,  eu  quis simplesmente  , me equilibrar e agradecer por ainda continuar aqui. Onde a gente sempre tenta promover o que gosta, a gente promove,  a gente gosta de ver quando por suposto nele a gente acredita.  A gente quer ver em palcos imaginários
E fazemos tudo nos conformes para vermos em letras garrafais o nome do artista principal na frente do teatro. Imagine só (.... ). Fulano de tal, ( ...) apresenta (...)aquele seu texto tão sonhado, tão imaginado nim palco assim como este improvisado. É ele que certamente protagoniza nossa história, dá ao nosso texto vida junto a sua trupe. E certamente nos deixa muito contente, feliz e sorridente por sua gente valorizar seu trabalho de ter passado horas e mais horas, se esforçando  a cada segundo distribuindo falas através de seus personagens E tudo isto para ao menos sua gente de forma sucinta agradecer  pelos momentos que a estes foram dedicados.
Mas, sem tantas frívolas, bem sabe aquele autor que quando sua sina não agrada, este tem que alçar de certa forma voos mais longínquos para dar vazão ás sua emoções que nem sempre faz uma pessoa se sentir muito bem. Onde na realidade nada entendemos o motivo de existir tanta revolta.  Se existe um porquê de tanta indignação. Talvez por falta de um caloroso abraço, ou por estar envolvido com tanta consternação.
O autor, de alguma forma deixa cair o pano, fechar ás cortinas e em seguida sai de cena pelas avenidas das desilusões  como se fosse estes saltimbancos trapalhões. Bem me quer... Mal me quer... Quem de repente poderá nos receber se já ninguém nos quer?... Vai embora novamente para outro lugar o circo onde a sua gente possa ao menos suas performances mostrar.
No palco, na praça, no circo, num banco de jardim, correndo no escuro, pichado no muro... Você vai saber de mim.  Palhaço triste é como pássaro preso sem alpiste. Ele voa mas não sabe para onde vai de tão fraco que e está ás vezes culpa o circo , depois de muito custo também culpa sua mulher por não fazer mais o que ele quer. Mas já que você esta ai vem pra cá e inicia tudo de novo pelo pé tal qual a louro José.

 
João Pessoa / Paraíba
Reescrito em: 17 03 2017