- Uma crônica do amor assassinado, de verdade !
Partir voltar voltar partir essa é a minha rotina. Moto-boy.
Debaixo das cobertas avisto as cortinas do lar de Cora.
Triste fica sem ela e quando aparece é provocante.
Deixo para lá afinal ela já tem um amante de verdade,
Cuida dos afazeres e leva para os passeios completar,
Penso que seja eterno esse viver e assim adormeço
Logo leio no jornal matinal o que não é normal,
No ato impensado deu cabo de uma vida Antônio Carlos
Rapaz de boa conduta e fisionomia agradável por amor!
Sim, por amor assassinou aquela que tanto amava Cora.
Todos se assustam e naquele corre-corre apareceu João
Tinha na mão um facão e gritou de coração, eu matei!
Eu matei Cora que nada queria comigo e parece mentira.
Ficou provado que João tinha uma queda por Antônio,
E naquele anonimato surgiu uma esperança por Cora.
Que triste fim, Antônio sem Cora, Cora morta, João na solidão,
De uma cadeia publica que por destino fica na Rua da Liberdade.
Não bastou o amor encolhido no silêncio noturno. Paixão?!
Nada disso meu senhor foi pura tapeação e no embalo, acordei!