A DOCE FANTASIA - LEMBRANÇAS DO PASSADO.

Hoje acordei bem cedo, com nostalgia imensa do tempo da minha infância e adolescência, querida saudade.

Todos os adultos sentem essa saudade, mesmo que fora infeliz.

Ah! Que vontade de soltar balão, trepar em árvore, jogar bola de gude, saltar pipa, brincar de esconde esconde, jogar pedra em árvore com frutas, correr de patinete de rolimã, brincar de correr na areia da pria, jogar amarelinho, jogar tampinha de refrigerante. E principalmente ter uma bola ou de borracha, plástico ou couro para jogar bola em qualquer lugar. Voltar a usar calças curtas, e pela manhã "entrar em forma" no Colégio e cantar o Hino Nacional e após correr para a sala de aula. Colocar "apelido" nos professores e colegas. E o pedaço de pão com goiaba? Quando soava o sinal do recreio ele já estava na metade.

Na saída do Colégio era tão sensacional, todos os dias tinha briga, "um sopapo alí e outro recebido" no final terminava tudo bem, sem mágoas

eram brigas por diversão. No dia seguinte começava tudo novamente. Era a maior alegria quando ouvia o grito do vendedor chamado de "baleiro", todo uniformizado com um cesto de vime, repleto de guloseima oferecendo; balas de mel puxa puxa, chicletes Adams, caixinhas de passas, suspiro, pirulitos vários sabores, chocolates diversos e outro mercando picolé, etc. Quando eles não estavam mercando nas portas das Escolas e Cinemas as ruas eram a sua passarela."Olha!Baleiro", que tempo bom!... Porém, essa maravilha de doces eu só degustava quando ganhava alguma moeda da tia ou dos padrinhos. Isso não falando das festas de São Cosme e São Damião os gêmeos Católicos que representa dois meninos idênticos. É praxe a distribuição de doces.

Não era bom estudar, cansava, os pais sempre cobrando. era um dever por cima de deveres. Coisa chata! Mas necessário.

Como era bom, ficar a tardinha, sentado na calçada conversando ou brincando de "pular corda" de "pique" ou no terreno vazio a jogar "ferrinho" em cima do risco no chão, aquele que acertasse a linha formava um triangulo. Oh! Que brincadeira boa e atenciosa, requeria destreza. Tudo era fácil quando se tratava de brincadeira, batata quente, cabra cega, passa anel, boca de forno, a criança pobre tem suas criatividades e eu tinha com minha turma. Eu não esperava receber presentes de brinquedos, meu pai não tinha como comprar e a criança não espera, inventa. Passava horas procurando no quintal da nossa casa, entre os matos, melão de São Caetano, planta e fruta rasteira.

Lindo e maravilhosos tempo entre a infância e a adolescência, período da ingenuidade em que aos pouco vai perdendo. Recordações que jamais extinguirão da mente. Infância sem trauma, torna-se um doce deleito recordar. Naquela época a presença dos pais era marcante. Os reclamos por nossa peraltices eram constante e a voz graves dos pais ecoam até hoje em meus ouvidos dos castigos impostos e as desobediência cometidas. Como me fazem falta o "a benção Mãe, a benção Pai" esse não era tanto, mais a Mãe era sagrado, e o retorno "Deus de abençoe". Como essas palavras me fazem falta hoje. Depois, já adulto, com família, sempre quando nos encontrávamos eu pedia a sua Benção e ela bondosamente respondia: "Deus te abençoe, meu filho", já não tinha mais o pai.

Hoje por força de uma edução moderna não tem mais este tratamento, muito menos as frases em família. Conclamam "está no passado e hoje a liberdade de expressão é apreciada", não há mais, isto sim, respeito. É óbvio que os tempos mudam, mas o princípio de uma boa educação sem rigidez nasce em casa, é aí que molda o homem de amanhã. Não é necessário ter os pais como ídolo, mas é obrigação ter respeito e amor, porque só assim serão bons pais para seus filhos.

A saudade fica na lembrança do tempo que foi vivido das pessoas, das coisas, dos acontecimentos e dos lugares. Fica armazenado no sacrário, somente o pensamento sabe localizar a doce saudade. A fantasia criamos para reacender o que achamos estar perdido.

Hoje, eu quero ser garoto. "Comer um doce, com uma alegria inocente, como um pássaro que esta no mato gozando uns minutos de liberdade".

Batacoto.

batacoto
Enviado por batacoto em 16/03/2017
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