?id=529993&maxw=495&maxh=660
                PERDI A CHAVE DO MEU QUARTO DE SAUDADE
 

Se o passado inexiste
E o que está passado
E o puro nada são a mesma coisa
Que quer então de nós
Essa eterna criação
Se tudo o que foi criado
Vai abismar-se no nada
Está passado?
(Zélia Maria freire)

 
Não sou saudosista, não repito o poeta Jorge Manriquea, quando afirma: “Qualqiere tiempo passado fué mejor”, contudo - sou passiva - vez ou outra, de gratas recordações,   e com ela a saudade, que no dizer de Adriana Falcão acontece quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue .
Lembranças agradáveis... outras nem tanto, estas , já perdidas  na bruma da memória, para quem  às vezes eu tenho que apelar e exigir dela fidelidade, pois as lembranças me confundem e eu me vejo única vivente de um mundo cujas personagens perderam-se no caminho e eu teimo em fazê-las presentes no desejo incontido de dar-lhes formas, situá-las no ontem, se é que o ontem  existiu e se reais seriam essas personagens...
É... Acho que perdi a chave do meu quarto da saudade e nele  nunca mais me refugiei para volver momentos agradáveis vividos ao lado de pessoas queridas, que já se foram ... Ah, como se valesse a pena  tais lembranças ,fazem parte do passado, vão abismar-se no nada, pois é passado
...   
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 16/03/2017
Reeditado em 16/03/2017
Código do texto: T5942668
Classificação de conteúdo: seguro