PRESOS SOB UMA IMENSA CÚPULA NEGRA
Intento nesse texto, usar uma ilustração para de modo figurado, trazer pontos de luz a “lugares” ainda não explorado, trazendo o que ler a fazer uma comparação com o próprio sistema político e religioso em que vive e refletir sobre o assunto. Sei que os que vivem ainda em um estado de medo inexprimível, podem ser tomado por um sentimento de culpa quando ler e poderão abandonar a leitura para depois retomar em outra ocasião. Os que deram um passo mais adiante e não vivem mais sob o chicote dos deuses e de seus capatazes poderá se sentir revoltado ao fazer comparações obvias quando ler e entender minha forma codificada de falar. Não tenho a intenção de meter medo, culpa nem revolta, em ninguém, intento apenas levar pessoas a serem mais racionais e menos fanáticas, menos submissas ou manipuláveis. Poderia descrever esse conteúdo de forma bem maior, mas resumirei o máximo possível em dois ou três capítulos se necessário. Um dia também eu já enxerguei mal qualquer pessoa que quisesse jogar uma luz, sobre pontos não esclarecidos. É comum a qualquer pessoa nesse meio, hoje sei que quando alguém reage desse modo, estar apenas com medo assim como muitos já estiveram.
Em dois outros textos que já publiquei uns 3 meses atrás intitulados QUANDO O CULTO VALE MAIS QUE A VIDA e QUANDO O RITO VALE MAIS QUE A PAZ, também procurei de forma alegórica, de modo mais leve, abordar o mesmo tema que abordo agora, sob um outro ângulo de perspectiva. Agora o trato de forma um pouco mais detalhada, porém mais cifrada mas não difícil de se entender. O mesmo remédio que cura pode matar se vier em doses demasiadas. Por esse motivo, até que eu lance tais pensamentos em um livro, irei dosando aos poucos.
Aos que se ferem com o mínimo possível, considere esse texto como ficção cientifica e não como um ponto de reflexão, assim fica tudo no campo da imaginação e você não irá ferir seus sentimentos.
Imagine a seguinte situação: Pessoas sadias, com todas habilidades psicomotoras saudavelmente normais, moravam com outras pessoas dentro uma casa mega-hiper-super loxuosa, confortável e com centenas de gigantescos quartos, piscinas, áreas de recreações e todo tipo de lazer que uma pessoa poderia imaginar dentro desse ambiente. Tudo estar disponível, tudo é gratuito, e tudo pode ser usado por qualquer pessoa daquela casa quando for necessário. A casa é suprida por unidades exteriores diariamente e nada falta aos seus moradores. Tudo que é preciso para sobrevivência dos indivíduos cresce ali mesmo nos jardins da casa de forma natural. Não é um reality show, e ninguém precisa trapacear ninguém pra ter sucesso. A casa inteira é de todos e para todos, durante o tempo de vida que as pessoas habitarem ali. Todos viviam felizes, como deuses, sem precisar disputar nada nem havia sentimento de competitividade entre os seus habitantes pois tudo era de todos e não havia senso de escassez.
Aconteceu que um dia, num passado remoto não registado pelos seus habitantes atuais, pois ninguém sabe ao certo quando isso tudo começou já que todos os registros escritos foram destruídos, e para as novas gerações foram ditos verdades acrescentadas com grandes doses de mentiras, então sua população não sabe registrar o início de um fato que se deu: de uma hora para outra, uma redoma negra, gigantesca, foi colocada sobre essa imensa casa. Imediatamente a falta de luz solar fez com que as pessoas ficassem inertes até se acostumarem com a escuridão e seus movimentos se tornaram lentos, ritmados, reduzidos e controlados com medo de se chocarem uns com os outros, sem falar que nunca tinham experiência aquele fato antes. A diminuição de oxigênio renovado diariamente pelas plantas fez com que partes dos cérebros dessas pessoas operassem com baixa frequência. Visão, audição, gustação, paladar e tato, tudo foi comprometido, inclusive a altura e a massa corporal das futuras gerações. Cada novo habitante que nascia, era de certa forma inferior a geração anterior, menos inteligente e menos ciente de si próprio e do ambiente em que viviam.
Nesse caos provocado intencionalmente, um voz surgiu da escuridão. A própria pessoa que causara o caos, estava se apresentando para os moradores daquela casa como um ser benévolo. Ninguém via seu rosto ou podia distinguir suas características, nem sequer sabia se aquele que voz falava era humano, ou de outra dimensão. Os recursos tecnológicos daquela redoma, fazia com que a voz do que falava fosse ecoada em todos os cantos daquela casa, inclusive os habitantes, tinham a impressão de estar ouvindo a voz dentro de suas próprias cabeças. A voz que falava, informou que era uma espécie de salvador daquelas pessoas, que as trevas iriam reinar naquele ambiente desde então, mas que ele estaria jogando luz, para iluminar os passos daquelas pessoas, dentro daquela casa e que as pessoas não se preocupasse pois ele “cuidaria” de todos ali perfeitamente. A voz não disse que foi ele mesmo quem criou a escuridão para depois se apresentar como salvador. Como ninguém sabia exatamente o que aconteceu, todos acreditaram nele e se submeteram a sua voz.
Desde esse dia, os passos daquelas pessoas foram iluminados da seguinte maneira: uma luz fraca, fraquíssima, que só dava pra enxergar mal os próprios pés das pessoas dentro de casa quando elas andavam e outra luz mais fraca ainda projetada apenas sobre os locais em que as pessoas deveriam se dirigir, limitando os movimentos de todos os recintos dentro daquele ambiente. Os ambientes iluminados, eram apenas aquele necessários a sobrevivência dos moradores daquele ambiente: uma mesa com cadeira para as pessoas sentarem e comerem. A comida misteriosamente já aparecia nos pratos, só que era de baixa nutrição e rica em gorduras, açucares, sal, ou elementos que causassem dependência química no organismo dos que consumiam. A outra luz fraca era projetada sobre o vaso sanitário, para que as pessoas pudessem fazer suas necessidades fisiológicas. A outra luz, vinha da projeção de uma pequena tela, que projetava imagens de outras partes da casa, como se tudo estivesse sido destruído, e as pessoas daquele grupo deveriam estar gratas por terem sido salvas e se acham serem as únicas naqueles locais.
Com a escuridão, as pessoas não podiam se enxergarem no espelho, nem conseguiam mais enxergar as feições uns dos outros. Então eles se esqueceram de como eram, e de como eram seus semelhantes. Não se lembravam mais de cores, odores e sabores diferentes. Sentiam um ao outro apenas pelo toque, pela voz e pelo cheiro. A beleza da face, do sorriso e dos diferentes traços corpo humano fora aos poucos esquecida por cada habitante daquele recinto.
Logo no início, algumas pessoas queriam revidar. Sair no meio da escuridão e procurar uma saída. Eles ainda se lembravam de cada porta e cada cômodo daquela imensa casa, e queriam assim mesmo explorar aquele espaço. De imediato a voz misteriosa ecoou, e disse que não fizesse isso, pois uma criatura maléfica havia colocado armadilhas dentro da casa para ferir todo aquele que ousasse conhecer a casa por conta própria ou sair dos espaços que fora delimitado pela luz. Então a grande maioria se amedrontou e não pensava em desobedecer a voz misteriosa. Realmente, com a falta de movimento, em certos cômodos, ratos, baratas e aranhas, começaram a ganhar espaços nos cantos escuros da casa. Então, de propósito, a voz misteriosa, jogava luz, uma luz mais forte, exatamente e apenas naquele ponto, para causar medo naquelas pessoas, que até então não conhecia aqueles “monstros” por que viviam todos na luz e esses insetos não ocupava esses espaços antes já que a casa era limpa e organizada. Ninguém sabia que aqueles “monstros” podiam ser mortos a chineladas e cabos de vassoura, por que ninguém nunca os tinha enfrentado.
Então, a vida de todos se tornou monótona naquela casa. E os movimentos de todos consistia apenas em acordar, comer-dormir, levantar-comer, se reproduzir-comer, dormir-acordar...Anos, décadas, e séculos se passaram, e agora aquele ser que os aprisionou na redoma negra, já se apresentava como salvador daquele grupo que aos poucos havia aumentado. As pessoas tinham devoção e reverencia a essa voz, apesar de nunca terem visto, nem saber qual a aparência do que falava. Ninguém ousava falar mal, criticar, ou suspeitar de nada. Todos passaram a ser gratos por aquele estilo limitado de vida e pela proteção e cuidado que aquele ser superior demonstrava, através de um favor imerecido, iluminando com uma luz fraca os poucos pontos de acesso permitido naquela casa. Aquela voz ganhou forma física diferente na cabeça de cada um que escutava. Como ninguém o tinha visto ainda, cada um imaginava do jeito que sentia o mundo ao seu redor por meio do tato, paladar, audição e gustação apenas, já que a visão lhes fora tirada. Como todos perderam a ideia de como eram a si próprio e como eram seus semelhantes por não mais se enxergarem, também não tinham uma ideia fixa de como era esse ser provedor, pois ele apenas dizia: sou como vocês, me pareço com vocês. Com o tempo ele mudou a versão e disse que fora ele quem criara todos naquela casa, e que eram eles quem se parecia com ele e não ele com o povo. Como o povo não conhecia a si próprio, não tinha uma ideia fixa do seu criador, cada um dava forma física diferente aquela criatura em seu inconsciente.
Não havia ali mais nenhum sobrevivente primordial naquela casa. Todos eram filhos de filhos de filhos até incontáveis geração. A falta de luz natural, o pouco oxigênio, a comida propositalmente adulterada fazia com que cada filho que nascesse ali naquele ambiente escuro, fosse mais fraca, menos racional, mais emotiva, mais medrosa, e mais dócil de se controlar...A resistência foi aos poucos se abrandando e a submissão total era uma regra. Nem era preciso dizer que era uma submissão cega, já que só se projetava luz em pontos estratégicos. Qualquer falha genética que produzisse uma criança saudável e com uma percepção maior, era logo tratado como aberração e perseguido pelos demais, fazendo com que aquela criança normal se sentisse culpada, apenas por ver e sentir coisas que outros não conseguiam sentir. Não havia nada de errado em ser diferente, aliás, ser diferente era o único recurso provável para o início de uma revolução e libertação geral. Mas o “criador” fez com que todos acreditassem que ser diferente só iria trazer problemas a todos, pois iria atrapalhar sua providencia diária.
Quando aquele ser malévolo suspeitava de qualquer sinal de rebeldia ou despertar de alguém, ele simplesmente punia a todos, não colocando comida em suas mesas. As pessoas ficavam com fome, se enfureciam, e elas com as próprias mãos queria estraçalhar aquele que ousou sair dos padrões de comportamento comum a todos, pois dava-se a entender que ele era o causador daquele problema. Ira, raiva, ódio, temor, cólera...todos esses sentimentos foram aperfeiçoados nos habitantes daquela casa. Era como estar em um barril de pólvora. O ser provedor fazia aumentar essa tensão por meio de exigências quase inalcançável.
Com o tempo, o ser que os aprisionou na redoma, começou a reduzir de novo, os recursos alimentícios de modo proposital. Então, ele começou a dizer que os recursos daquela casa estavam acabando, e que o único modo de aparecer mais recursos, era o povo prestando culto, louvor e adoração diariamente e cada vez que o povo parasse de lhe cultuar, as coisas iriam faltar. Subentendeu-se na cabeça de todos, que era o louvor e culto dado aquele ser aprisionador que fazia com que as comidas aparecessem em suas mesas. Nunca fora dito a ninguém daquele redoma que num passado remoto, todos tinham luz e recursos em abundancia antes da grande redoma negra surgir suprimindo todos os recursos disponíveis. Aliás, nenhum daqueles moradores sabiam que estavam sob uma redoma negra. As tradições orais foram se perdendo ao longo do tempo e os que ainda mantinham uma versão original, eram ridicularizados toda vez que contavam a versão real da história, afinal, como é possível explicar a luz, a uma pessoa que viveu o tempo todo na escuridão? Como explicar que a projeção da luz sobre os corpos, produz cores e podemos ver o formato das coisas sem precisar apalpa-las? Impossível essa tarefa.
Alguns moradores “rebeldes” daquele ambiente, se aventuravam a andar a ermo naquela imensa casa, pouco explorada. Alguns não voltavam mais, pois havia encontrado outras comunidades, vivendo na mesma escuridão, que os convencia de que ali tinha mais luz. A pessoa ficava lá, mas a falta de notícia, fazia com que os moradores do outro quarto pensassem que ele havia morrido no percurso. Isso servia de lição a todos, pra não andar fora do “aprisco”.
Outros, se empolgavam, faziam alvoroço, e quando saiam na estrada escura a fim de explorar, bastava um simples arranhão na pele provocado por encostar em algum móvel fora do caminhão, e aquele sujeito já voltava chorando, pedindo perdão a todos do grupo, por aquela imensa rebeldia e dizendo que estava arrependido. Quando ele voltava, primeiro era malhado, humilhado, e rebaixado pela liderança, para depois ser recebido “com amor” por todos. Eu não contei, mas a voz misteriosa, de forma oculta, separou cada enorme quarto daquela casa como comunidades, e colocou um líder sobre cada uma delas. Esse líder geralmente era a criatura mais amedrontada e domesticada de todo o grupo, por isso era colocado como líder. Seu medo e sua falta de questionamento eram os elementos essenciais para que a voz invisível o elegesse. Todos na escuridão via isso como uma virtude. Os poucos que viam isso como defeito eram perseguidos e ridicularizados. A regra era: vive mais quem mais obedece quem menos questiona! Na verdade todos apenas vegetavam naquele ambiente, mas como não tinha nada pra comparar, achavam que estavam vivendo uma boa vida.
Depois de algum tempo, quando as pessoas começaram a perder mais o medo, e andar de modo sorrateiro na escuridão, começou-se a saber da existência isolada de outras pessoas morando na mesma casa, nos imensos quartos, isolados, achando também serem os únicos moradores ali. Os que se aventuram a sair do redil, foram os primeiros a descobrir a grande mentira. A princípio eles foram tidos como mentirosos, depois com o grande número de ocorrências, tido como desbravadores.
A percepção da existência de outros grupos na mesma casa, gerou dois fatores: o da competitividade pelos recursos da casa, e a competitividade em saber quem deveria ser o líder supremo naquele grande agrupamento na escuridão. Mais uma vez, a voz misteriosa, se aproveitou desse fato, e começou a tirar proveito colocando um grupo contra outro. Para cada líder de grupo, ele se apresentava de modo individual, e usando um tom de voz diferente ele dizia: eu sou o seu criador verdadeiro”. A voz invisível que é ouvida naquele outro grupo é falsa, e vocês não devem obedecer!
Além de mudar o tom de voz, ele também dizia ter características diferente em cada grupo. A um grupo ele se apresentava com voz de criança chorosa digna de misericórdia e proteção causando nos moradores daquele quarto um tipo de sentimento fraternal. A outro grupo ele se apresentava com a voz de um pai irado, sempre violento e corretivo. A outro grupo ele se apresentava com voz de mulher, amável, doce e meiga, causando nos que ouvia um sentimento maternal. Era a mesma voz e o mesmo ser, mudava apenas o timbre e descrevia características diferentes de si próprio.
O sentimento de competitividade aumentou entre aqueles moradores. Agora eles não mais lutavam pela pouca comida que tinha. Agora brigavam entre si, para saber quem estava cultuando ao ser imaginário verdadeiro. Fabricaram para si, mesmo em meio a escuridão, todo tipo de armamento possível. De tanto viver na escuridão, já estavam bem aprimorados depois de milênios nesse estado. Lutando na escuridão, não feriam apenas os que achavam que deveriam ferir, mas a maioria ferida eram pessoas inocentes. Por várias vezes, um chefe já havia decretado a destruição total de outro grupo. Assim eles passaram a viver, defendendo a honra dos deuses, sem saber que serviam de capacho a um mesmo ser.
Enquanto isso, o que os aprisionou na redoma negra dava gargalhadas, e se alimentava dos sentimentos de medo, ódio, ira, inveja, ganancia e destruição que aquele confinamento e falta de uso racional dos sentidos trazia. Ele sabia muito bem que qualquer animal em confinamento fica dócil ou imprevisível. Sabia que quando se limita os recursos básicos a sobrevivência, as pessoas fazem as coisas mais horríveis possíveis para se manter vivo.
Enquanto isso os recursos mais valiosos daquela casa eram saqueados e os poucos recursos disponíveis as pessoas, ainda eram ofertados a esse ser provedor como forma de gratidão por estar vivo e pela sua “luz” que os iluminava. O próprio ser que os saqueava, era reverenciado como sendo protetor e recebia oferendas por isso.
Enquanto isso em todos os cantos daquela enorme casa, pessoas comuns, as escondidas, encontraram o limiar da redoma negra e puderam ver além dela, mesmo sem saberem da existência um dos outros pois estavam em extremidades diferentes da redoma, e começaram perfurar seus bases e destruir suas colunas principais. Algumas descobertas foram simultâneas, outras foram isoladas ao longo dos anos. Algumas chegou ao conhecimento do ser superior que tratou logo de eliminar os exploradores e dizer para os demais moradores que fora daquele ambiente nada existia, apenas o vazio sideral sem vida alguma. Cada vez que alguém perfurava a base da redoma, ela ia se tornando mais frágil e por mais que tentassem tirar aquilo da cabeça do povo, alguns poucos eram “contaminados” pro aquele ideal e voltava de modo secreto as buscas.
Haverá um tempo em que a grande redoma negra que aprisiona todos os moradores daquela casa em cantos diferentes será quebrada, todos irão enxergar a si próprio como são realmente, todos irão enxergar a beleza do seu semelhantes, todos verão que o tempo todo havia recursos disponível na casa mais que suficiente e que não precisavam lutar entre si, e todos irão perceber que as diferentes tonalidades de voz e descrição de personalidade vinham de um mesmo ser. Nesse dia todos verão a sua verdadeira face...
Há uma antiga crença entre os anciões desse povo, que quando a redoma negra for quebrada, os moradores daquela casa voltarão ao seu estado anterior e se sentirão como deuses, quando seus sentidos voltarem a funcionar normalmente. Os anciões do povo não acreditam muito na construção de um messias que venha da elite, pois todos eles são manipulados pelo ser maior. Os mais sábios entre os antigos acreditam que esse despertar será interior, e ocorrerá simultaneamente em todas as pessoas como um despertar coletivo. A única coisa que precisam é mudar a vibração de medo, ira, ódio contra o seu semelhante e sentimento de escassez, pelo sentimento de amor mutuo. Nesse dia a redoma será destruída e a luz voltará a iluminar todos os cantos daquela casa.
O ser aprisionador sabe da fórmula mágica: o homem se torna carrasco de si próprio quando a percepção do mundo ao seu redor é alterada. Ele mesmo é o carcereiro, o carrasco, o juiz, a plateia e o jurado. Tudo ao mesmo tempo e a única arma usada para que isso aconteça é a fé. Esse poderoso recurso que todos temos, capaz de criar as mais incríveis das realidades paralelas e nos inserirmos nela. A mesma fé, cega, e prejudicial aprisionadora, quando uma pitada de racionalidade a encontra, e a partir daí se torna algo maior, qual podemos chamar de esperança.
Há uma crença entre os mais antigos, que diz que quando essa redoma negra for quebrada e todos puderem ver a si próprio e a seus semelhantes como realmente são, a força do mal que os aprisionava será extinguida por si só, sem que uma única arma seja disparada pois entenderão que os recursos para aprisionamento e libertação reside dentro de cada homem.
Vamos aguardar o fim da história....
Texto escrito em 15 /3/17
*Antônio F. Bispo é Bacharel em Teologia, Estudante de Religião em Filosofia e Capelão Ev. Sem vínculo com denominações religiosas desde 2013.