Liberdade numa perspectiva diferente.
Ela não gostava de brincar de bonecas.Nunca gostou. Achava que era supérfluo demais para perder seu tempo.Preferia tentar decifrar os livros de contos do seu avô.
Ela foi uma criança solitária, pois assustava as mentes infantis das pessoas de sua idade com sua lógica dura e fria. Será que ela foi mesmo criança?
Ela era uma jovem aversa à sociedade hipócrita, que só ditava regras de moral que ninguém seguia. Gostava de passear pelos jardins do cemitério, sentir aquele ambiente funeral. Chorava sozinha as mágoas suas e as dos que se foram. Vivia de luto pelo mundo.
O tempo foi passando, e sua personalidade muitas vezes incompreendida não mudou.Ela ficava mais velha, mas sua essência permanecia.Dava-se conta cada vez mais que esse mundo não era o seu.
Em uma tarde de março, bebeu vinho com gotas de cianureto, e num bilhete escreveu secamente: "Esse mundo me enoja! Sentirei o prazer da liberdade pela primeira vez".