Ele sempre

Ele sempre me oferecia seu amor em forma de palestras audiovisuais, de documentários intermináveis, de concertos instrumentais. Ele estava um pouco à frente do tempo ou num atraso descomunal.

Ele sempre me envolvia, porque era assim que eu o sentia... Mas era somente assim... Quando eu me desprendia do que vivia ao lado dele, me sentia totalmente vazia. Um pouco de poesia ajudaria e como. Mas ele era real demais para acreditar em almas, sonhos... Era racional demais para recorrer a um mundo metafísico.

Eu me saturei em ouvir e ver o mundo tão real... E eu só tenho minha alma tão tomada pela poesia. Mas ele... Ele não acredita em almas... Muito menos se deixa envolver pela POESIA.

Fátima Saraiva
Enviado por Fátima Saraiva em 14/03/2017
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