Empresa nupcial
Os casamentos terminam o tempo todo. Mas enquanto há paixão, lá estão eles. Aos bofetões, abertos, triangulares, amasiados e concubinatos (coisa antiga), união estável (moderníssimo), companheiros (sem ideologia partidária), família composta. Coisa bonita perante a sociedade e eixo dela. Duram meses, talvez anos, mas acabam. Bodas de prata estão difíceis, de ouro então, nem se fala.
Quando acaba, os clássicos entram em cena: incompatibilidade de gênio, falta de tempo, desgaste da relação, rotina (essa é ótima consegue transitar pelos dois discursos sem mudar de rota). Os popularescos não entram e nem saem, empacam: a sogra andou dando pitaco, ela é barraqueira, ele é galinha, ela também é, mas o homem não admite: ele mata.
Casamento deve ser encarado como uma sociedade, tem que escolher bem quem será seu sócio(a), ter ideias afins, estar preparado para o inusitado, por exemplo, se um entrar com o dinheiro e o outro com o trabalho, tudo preto no branco, tudo registrado. Os marxistas cobrarão um preço que o capital assinará embaixo. O que é combinado não é caro. E como qualquer negócio, fazer com amor. As paixões guardamo-las para os dias cinzentos, chuvosos, aqueles dias que nos deixam depressivos (cientificamente comprovado), mas cuidado com as tempestades, só em último caso, elas não são à prova d’água. Melhor aproveitar a luz solar, natural, econômica, mais segura. A escolhida da geração saúde, tão em moda.
Quem casa motivado pela paixão costuma acreditar em contos de fada. Esse corre um grande risco de ter como visita, muito antes do se imagina, a bruxa e o sapo. Se eles chegarem um de cada vez, dá para se usar de polidez, mas nunca ignorá-los. Normalmente eles chegam juntos, ambas são criaturas noturnas, sorrateiras com grande chance de se encontrarem no sofá da sua sala. E tem que ter jogo de cintura para mantê-las ali, normalmente elas querem ir para o quarto.
Voltando à empresa, você pode fazer opção pela S/A, grandes investimentos, abrir filiais e correr o risco da filial engolir a matriz. Tem quem jura que valeu a pena. È polêmico, o capitalismo está aí, o importante é o lucro. A desvantagem é a mão de obra, tem que mexer com muita gente. Não me lembro, agora, quem disse que “o inferno é os outros”, mas concordo plenamente. Você pode ainda optar pela microempresa, levar vantagem no imposto, assessoria técnica, mas fica impedido de se expandir. Eu prefiro as franquias, cada um cuidando do que é seu. Eu só vendo o modelo, assessoro por um período e acabou o compromisso.