O Desabafo da Cristã

Era uma cristã verdadeira, mas não exagerava e nem fazia o teatro ridículo das santinhas do pau ôco que excitadas e frenéticas, num frisson alucinado fazem cabriolas e urram desesperadas apenas para se amostrar. Essa religiosa diferenciada. vivenciava a sua fé cumprindo com suas orções e principalmente dando testemunho diuturno de solidaridade para com os oprimidos. Não suportava a alienação das falsas cristãs e nem dos falsos cristãos. Nem a alienção e nem a conivência com os podres poderes e os ricos.

Essa religiosa era fiel a sua religião, sua fé era inabalável, mas não transigia e nem silenciava com os desvios da religião. E questionava os dogmas, achava que a fé cega não ajudava, so atrapalhava. Questionar a religião não inteferia na sua fé em Deus e em Jesus Cristo. Ela fazia uma leitura crítica da sua religião, dos erros quando as cruzadas, da colabração com Mussolini, com Hitler, com a ditadura militar, no Brasil e fora dele. Ela se envergonhava, sim, dos devios e malfeitos da sua religião.

Sentia-se às vezes solitária, uma mera diletante, apenas uma dissidente. Sentia-se quse ilhada, isolada, aprisionada em meio à alienação quase geral. Sabiaque as mentes e corações das pessoas estavam sendo erodidas e entorpecidas pelo modismo e pelo fasscismo da mídia. A mídia fascista dizia, "Ordinário!", e o povo marchava, as pessoas saíam marchando como os bois que seguem de cabeça baixa para o matadouro.

Ficava indgnada com a subvida do povo, sem direito a emprego decente, saúde de verdade, escola de qualidade para os filhos. Ficou com vergonha quando leu nu out-door em Cuba: "A cada ano 80 mil cranças do mundo morrem de doenças facilmente tratáveis. Nenhua delas é cubana".

Dentro das suas possibilidades fzia de tudo para audar os mais pobres, principalmente aqueles sem nenhuma proteção, os verdadeiros excluídos. Tinha ojeriza aos políticos, de toos os naipes, que apenas iludiam o povo. Nao conscientizavam as massas, preferiam que elas permanecessem ignorantes para poder reinar.

Essa religiosa sofria com a miséria e exploração do povo pelas elites dominantes. Ela sempre rezava, pdia a DDeus forças para suportar tanta injustiça. Mas aalém de rezar ela quase sempre desabafava e lembrava o poema "Vozes D'África", de Castro Alves. Nele havia um verso que ela achava que caía como uma luva para descrever sua angústia e revolta: "Deus! Oh Deus! Onde estás que não me respondes?/ Em que mundo, em que estrela tu t'escondestes?/ Embuçado nos céus? / Há dois mil anos te mandei meu grito./ Que embalde desde então corre o infinito...". Lembrava outro verso desse poeta: "Andrada! Arranca esse pendão dos ares!/ Coolombo! Fecha a porta dos tteus mares!". Não, não era uma reliigiosa omissa. Inté.

Nota: Conheço a religiosa. Juro.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 11/03/2017
Código do texto: T5938143
Classificação de conteúdo: seguro