G r i m a l d i

Não tem nada pior que o desalento, o sentimento baixo astral, o pessimismo exagerado, o quase desespero. Felizmente, no meu caso, esse tipo de "surto" passa depressa. Graças a Deus.

Como sou alguém que da tristeza passa depressa para a alegria, chego a rir das minhas crises de desalento. E quando leio algo divertido sobre carinhas com surto de tristeza como os meus, sempre mostro aos amigos.

Foi o que sucedeu quando li algo gozado no romance, "O Complô", de Irving Wallace, mais de oitocentas páginas mas que se lê com facilidade. Eis o trecho que achei divertido e está na página 784:

"...Finalmente pensou numa de suas histórias favoritas. Nos princípios de 1800, em Manchester, Inglaterra, um infeliz e deprimido homem de meia idade, um viajante, visitou um médico que lhe havia sido recomendado, "Qual a natureza do seu mal?", perguntou o médico. O doente de rosto macilento respondeu: "Sofro de uma doença incurável. O mundo me causa horror. Nada me dá prazer, nada me diverte, não tenho razão para viver. Se não me ajudar, acabarei por me matar". O médico confortou-o o melhor que pôde: "Sua doença não é fatal, pode se curar. O que precisa é distrair-se, descobrir coisas que o divirtam, que o animem, que o façam rir". O doente disse: "Onde encontrarei semelhantes distrações? Diga-me o que devo fazer". O médico aconselhou: "Vá esta noite so circo, ver o palhaço Grimaldi. É o maior cômico da atualidade. Ele o curará". Então o doente de rosto macilento declarou: "Doutor, eu sou Grimaldi".

Era um caso difícil. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 11/03/2017
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