VENDER A PRAÇA DA CIDADE

VENDER A PRAÇA DA CIDADE

Mário Osny Rosa

Tudo vai ficando moderno, com o avanço da tecnologia, já as pessoas não saem mais de casa, com a Televisão Digital e os meios interativos tudo chega a casa sem o menor esforço.

Diante desse avanço o prefeito da cidade mandou fazer uma pesquisa sobre o uso da mais importante praça da cidade, uma das mais belas com arvores quase tricentenárias.

Com vários obeliscos onde estavam registrados os baluartes da terra em guerras de um passado distantes e lá estava o velho, coreto de tantas retretas com as bandinhas daquele passado histórico, que pouca coisa dele ficou registrado na memória da geração atual.

A embelezar aquela praça estavam as palmeiras reais e as imperiais quase centenárias, e a belas mangueiras já bem idosas e que nenhum ente daquela cidade provou um fruto daquelas arvores esbeltas, que só decoravam a praça.

Só restavam os velhos bancos vazios, que outrora sempre estavam lotados como jogadores de dominó e os casais de namorados, mas no momento da famosa pesquisa só restavam naquela praça moradores de rua desmazelados, bêbados e mal nutridos que mais denegriam aquele ambiente.

O jovem encarregado da tal pesquisa tinha nojo de entrevistar aquelas pessoas e com isso seu relatório era o pior que o prefeito iria ler de sua cidade.

Que decisão iria tomar depois de ler o relatório da pesquisa, a cidade era uma verdadeira selva de pedra não tinha mais espaço para construir prédios e lá estava aquela grande praça vazia causando problemas para a sua administração.

O prefeito chama seus assessores, engenheiros, administradores, ambientalistas, bem como o setor financeiro da prefeitura, bem como os jornalistas da cidade, para uma reunião, ele expõe o problema e faz um relato sucinto da pesquisa aos seus comandados em administração pública para encontrar uma saída para aquele caos.

O setor de engenharia fala da dificuldade de novos empreendimentos imobiliário pela falta de espaço na cidade e assim fala:

- Diante do relato da pesquisa feita essa praça não tem mais serventia como no passado, bem que poderia fazer uma licitação para vender e ali se construiria alguns prédios e teríamos mais dinheiro em caixa para fazer face às despesas da prefeitura.

O setor financeiro achou a idéia genial e assim se expressou:

- Teríamos uma receita a mais e até os equilíbrios em nossas finanças com saldo positivo em nossas contas que há muito tempo andam no vermelho.

Os engenheiros por sua vez questionaram:

- Como vai ficar o sistema viário com mais prédios já estamos com falta d edifícios garagens, como resolver esse problema.

Os ambientalistas logo contestam todas essas idéias que foram propostas:

- Como terminar com a área verde no centro da cidade ela é o pulmão da cidade é a moradia dos pássaros que ali habitam e ainda acho que o prefeito deveria fazer um plebiscito para ver se a população aprova tais mudanças.

O prefeito finalmente fala:

- O que estamos vendo na atualidade que o ente público não quer mais ter praças, nem prédios próprios a maioria já vendeu os seus imóveis e passou a alugar prédios para o uso do poder público e assim no futuro as praças vão ser vendidas elas só causas problemas para as administrações públicas.

O prefeito fala vai enviar um projeto para a Câmara de vereadores para a venda da praça.

Os jornalistas presentes também pediram a palavra:

- O que estamos vendo nesse momento é uma vertente de homens públicos se desfazendo de bens públicos, como se eles fossem de suas propriedades. Tudo isso afronta o contribuinte que pagou imposto e agora vê o seu dinheiro ser jogado fora e nada reverteu em seu beneficio achamos que isso tem que mudar, pois o povo vai exigir respeito quanto à aplicabilidade dos seus tributos, quer por parte dos Municípios, dos Estados e da União.

O prefeito deu por encerrada a reunião solicitando a sua assessoria a elaboração de uma Lei ordinária a ser enviada a Câmara de vereadores para vender a principal Praça da cidade.

São José/SC, 5 de agosto de 2.007.

morja@intergate.com.br

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Asor
Enviado por Asor em 05/08/2007
Código do texto: T593776