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Foram dois dias antagônicos, em que a esperança de um foi sobrepujada pela decepção do dia seguinte. Foi como dormir com Michelle Pfeiffer e acordar com Aracy Balabalian.
Ontem participei da passeata, na avenida Paulista, contra o atual governo e principalmente contra seu mandatário mór. Cheguei meio tímido, sem saber como me posicionar no meio de tanta gente. Um pouco mais à frente, um pouco mais escondido. O sol fazia sua parte, não só iluminando toda a cidade, como também aquecendo os corpos da maioria que vestia preto. O sol fustigava a todos democraticamente, mas ninguém se importava com isso.
Ouvi vários relatos de pessoas que estavam em cima do caminhão, do trio elétrico composto por viúvas, pais desesperados com a morte de seus filhos e de outros que nem sei porque estavam gritando palavras de ordem. Claro que sei porque e nem precisariam se declarar, até mesmo o silêncio delas retumbava nos ouvidos de quem estava presente. Após várias pessoas terem tido a oportunidade de ter o microfone na mão, veio a parte mais emocionante.
Pela primeira vez em minha vida chorei ao ouvir o hino nacional, cantado por uma só voz no início, e depois por todos que lá passaram. Meu choro foi contido, algo mais interno, um choro reprimido, porém forte o bastante para não desistir de ver um país melhor. Todos que estavam lá devem ter pensado: " se a gente conseguir mais e mais pessoas a cada passeata, quem sabe a gente consiga mudar algo. Não me atrevo a achar que essas mudanças serão rápidas, como nossos parlamentares fazem na momento de aprovar aumento dis próprios salários, de forma alguma.
Minha esperança e luta é para deixar um legado às minhas filhas, maior que o que me foi deixado. Como posso ficar calado e não expressar minha indignidade perante tamanha falta de competência, ou quando um assessor do presidente dá um top top na nossa cara? Voltei da passeata um pouquinho mais confiante, visto que ela começou tímida, sem muito alarde, mas com um final se não retumbante, pelo menos mais forte.
Levantei-me. Domingo com uma cara meio xexelenta e um pouco fria. Assisti a outra vitória do inglês Lewis e tomei um belo café da manhã. Decidi ver as notícias mais recentes na internet. Foi um banho gelado, sem aviso prévio, inesperado. A notícia estampada em letras garrafais (como nosso presidente gosta) dizia: "Popularidade de Lula não é arranhada pelo apagão aéreo e o acidente da TAM". Isso mesmo, nem foi arranhada, nada mudou, tudo caminha como antes. Fiquei parado, olhando a tela do computador. Dizia para mim mesmo: " isso é pesquisa paga, não pode ser possível". Li um pouco da matéria, tentando entender o que esses números queriam dizer. Uma vez mais me senti como o personagem principal do livro de George Orwell, "1984", o qual não consegue mais lutar contra um sistema e se entrega á ele. O pior dessa história é que ele não entregou somente o corpo, mas sim a alma.
Os números dizem o seguinte: os 11 milhôes de famílias que recebem o bolsa-miséria do governo, que na verdade representam mais de 50 milhôes de pessoas ( algo como pagar bolsa familia para toda a população da Argentina) não está nem aí para o top top do Marco Aurélio, para as gracinhas de Lula na posse do novo ministro da defesa e muito menos para as duzentos brasileiros que morreram em Congonhas 20 dias atrás, porém Lula se comoveu muito mais quando assassinos carregaram por 7 bairros o corpo de João Hélio. Sim ele se comoveu mais com os bandidos, dizendo que ele estava preocupado com o que fariam com os cinco deliquentes se fossem pêgos. Nunca na história deste país, as coisas estiveram tão invertidas como agora.
Quanto mais o presidente pisa na bola (parafraseando ele mesmo), mais popular ele fica. Alguém pode me explicar isso? Por isso desisti do povo brasileiro, do povo que só quer sugar o que outros produzem, do povo alienado da realidade, do povo medíocre que se contenta com pouco, com a baixa qualidade das coisas, com o povo que só se emociona com a bandeira verde amarela na Copa do Mundo e no carnaval.
Lula está fazendo tudo certo...alimentando as hienas que estão consumindo nossas esperanças e riquezas, alienando o povo da realidade, dando o peixe ao invés de ensinar a pescar.
Desisti da parcela do povo que ainda acredita em um salvador da pátria, porém não acredita em si mesmo. Desisti do povo que prefere ganhar menos com menos esforço, menos empenho. Desisti do povo que prefere a novela da Globo ao invés de algumas horas de leitura. Desisti de ti, povo que acha graça quando seu mandatário comete inúmeros erros de português. Talvez a única coisa que me mova para frente são minhas filhas, coisa que Lula não fez pelos seus filhos brasileiros, que lhe sustentam no poder , excepto por Lulinha que está muito bem de vida com a ajuda do papaizinho.
Nem posso dizer que o livro de cabeceira de Lula seja Maquiavel, visto que ele mesmo confessou que ler é muito chato, mas com certeza alguém lhe mostrou como lograr o objetivo petista: " Dividir para governar". Essa é a tática petista, aumentar a massa de miseráveis e pobres e jogar a classe média contra este úlimos. O desequilíbrio atual é gigantesco e aumenta ferozmente. A classe média mingua e a de pobres cresce. Matemática elementar: não há como ganhar esse jogo maquiavélico
Se alguém me convencer que ainda há esperanças, quem sabe eu volte ás ruas, se não, eu também não me importarei quando um caminhão de boiás frias capotar em alguma estrada nordestina e quatro ou cinco deles se juntarem ás duzentas da TAM.
Foram dois dias antagônicos, em que a esperança de um foi sobrepujada pela decepção do dia seguinte. Foi como dormir com Michelle Pfeiffer e acordar com Aracy Balabalian.
Ontem participei da passeata, na avenida Paulista, contra o atual governo e principalmente contra seu mandatário mór. Cheguei meio tímido, sem saber como me posicionar no meio de tanta gente. Um pouco mais à frente, um pouco mais escondido. O sol fazia sua parte, não só iluminando toda a cidade, como também aquecendo os corpos da maioria que vestia preto. O sol fustigava a todos democraticamente, mas ninguém se importava com isso.
Ouvi vários relatos de pessoas que estavam em cima do caminhão, do trio elétrico composto por viúvas, pais desesperados com a morte de seus filhos e de outros que nem sei porque estavam gritando palavras de ordem. Claro que sei porque e nem precisariam se declarar, até mesmo o silêncio delas retumbava nos ouvidos de quem estava presente. Após várias pessoas terem tido a oportunidade de ter o microfone na mão, veio a parte mais emocionante.
Pela primeira vez em minha vida chorei ao ouvir o hino nacional, cantado por uma só voz no início, e depois por todos que lá passaram. Meu choro foi contido, algo mais interno, um choro reprimido, porém forte o bastante para não desistir de ver um país melhor. Todos que estavam lá devem ter pensado: " se a gente conseguir mais e mais pessoas a cada passeata, quem sabe a gente consiga mudar algo. Não me atrevo a achar que essas mudanças serão rápidas, como nossos parlamentares fazem na momento de aprovar aumento dis próprios salários, de forma alguma.
Minha esperança e luta é para deixar um legado às minhas filhas, maior que o que me foi deixado. Como posso ficar calado e não expressar minha indignidade perante tamanha falta de competência, ou quando um assessor do presidente dá um top top na nossa cara? Voltei da passeata um pouquinho mais confiante, visto que ela começou tímida, sem muito alarde, mas com um final se não retumbante, pelo menos mais forte.
Levantei-me. Domingo com uma cara meio xexelenta e um pouco fria. Assisti a outra vitória do inglês Lewis e tomei um belo café da manhã. Decidi ver as notícias mais recentes na internet. Foi um banho gelado, sem aviso prévio, inesperado. A notícia estampada em letras garrafais (como nosso presidente gosta) dizia: "Popularidade de Lula não é arranhada pelo apagão aéreo e o acidente da TAM". Isso mesmo, nem foi arranhada, nada mudou, tudo caminha como antes. Fiquei parado, olhando a tela do computador. Dizia para mim mesmo: " isso é pesquisa paga, não pode ser possível". Li um pouco da matéria, tentando entender o que esses números queriam dizer. Uma vez mais me senti como o personagem principal do livro de George Orwell, "1984", o qual não consegue mais lutar contra um sistema e se entrega á ele. O pior dessa história é que ele não entregou somente o corpo, mas sim a alma.
Os números dizem o seguinte: os 11 milhôes de famílias que recebem o bolsa-miséria do governo, que na verdade representam mais de 50 milhôes de pessoas ( algo como pagar bolsa familia para toda a população da Argentina) não está nem aí para o top top do Marco Aurélio, para as gracinhas de Lula na posse do novo ministro da defesa e muito menos para as duzentos brasileiros que morreram em Congonhas 20 dias atrás, porém Lula se comoveu muito mais quando assassinos carregaram por 7 bairros o corpo de João Hélio. Sim ele se comoveu mais com os bandidos, dizendo que ele estava preocupado com o que fariam com os cinco deliquentes se fossem pêgos. Nunca na história deste país, as coisas estiveram tão invertidas como agora.
Quanto mais o presidente pisa na bola (parafraseando ele mesmo), mais popular ele fica. Alguém pode me explicar isso? Por isso desisti do povo brasileiro, do povo que só quer sugar o que outros produzem, do povo alienado da realidade, do povo medíocre que se contenta com pouco, com a baixa qualidade das coisas, com o povo que só se emociona com a bandeira verde amarela na Copa do Mundo e no carnaval.
Lula está fazendo tudo certo...alimentando as hienas que estão consumindo nossas esperanças e riquezas, alienando o povo da realidade, dando o peixe ao invés de ensinar a pescar.
Desisti da parcela do povo que ainda acredita em um salvador da pátria, porém não acredita em si mesmo. Desisti do povo que prefere ganhar menos com menos esforço, menos empenho. Desisti do povo que prefere a novela da Globo ao invés de algumas horas de leitura. Desisti de ti, povo que acha graça quando seu mandatário comete inúmeros erros de português. Talvez a única coisa que me mova para frente são minhas filhas, coisa que Lula não fez pelos seus filhos brasileiros, que lhe sustentam no poder , excepto por Lulinha que está muito bem de vida com a ajuda do papaizinho.
Nem posso dizer que o livro de cabeceira de Lula seja Maquiavel, visto que ele mesmo confessou que ler é muito chato, mas com certeza alguém lhe mostrou como lograr o objetivo petista: " Dividir para governar". Essa é a tática petista, aumentar a massa de miseráveis e pobres e jogar a classe média contra este úlimos. O desequilíbrio atual é gigantesco e aumenta ferozmente. A classe média mingua e a de pobres cresce. Matemática elementar: não há como ganhar esse jogo maquiavélico
Se alguém me convencer que ainda há esperanças, quem sabe eu volte ás ruas, se não, eu também não me importarei quando um caminhão de boiás frias capotar em alguma estrada nordestina e quatro ou cinco deles se juntarem ás duzentas da TAM.