Bar Central

Em 1997 eu só tinha meus 18 anos.

Tinha uma menina na escola, ela tinha 17,

ela era absolutamente linda, parecia coisa de filme hollywoodiano. Eu nem sabia o que dizer quando eu tava perto dela.

Mas não teve história de amor entre nós, na verdade foi o contrário; imagina só, logo eu assim tão feio, gostar da menina mais bonita.

Mesmo assim eu quis tentar a sorte, e um dia tomei coragem pra falar com ela...

Hahaha! Ela riu da minha cara.

Pois é, ela já estava de olho em um cara badalado na escola.

Saí dali destruído, me sentindo vilipendiado. Naquela noite decidi sair pra beber algo, peguei meu Opala Diplomata e sai dirigindo, fui parar num tal Bar Central.

Tocava Faroeste Caboclo na máquina de música, vi que tinha uma mulher ainda mais linda sentando num canto, morena, cabelos pretos e longos, olhos verdes, bebia sozinha.

De vestido preto longo, com um decote marcante, daqueles vestidos com um corte na coxa, segurando um copo sempre cheio de alguma bebida quente, ela fazia um vai e vem com a cabeça no balanço música.

Pensei em falar com ela, tomar uma juntos talvez, mas que nada, um fora por dia já é minha cota.

Fiquei ali de cabeça baixa e olhos fechados ouvindo a música tocar.

A música já tava no fim.

Ouvi passos em minha direção e abri os olhos, ainda estava de cabeça baixa quando vi aqueles sapatos salto 15 passando ali bem do meu lado.

E quando levantei a cabeça calmamente, mal pude acreditar, ela estava com aqueles olhos verdes fixos em mim, puxou uma cadeira e veio se sentar ali comigo.

-Muito prazer! Foi só o que consegui dizer.

Ela deixou sair um sorriso discreto de canto de boca, estava com um batom vermelho cor de sangue, maravilhosa.

-Prazer, mas por enquanto não vou dizer meu nome! Disse ela.

Começamos um papo regado à whisky, no copo marcado de batom tinha o desenho perfeito daqueles lábios.

Ela me disse que tinha sido traída, e que precisava desparecer.

Bem veja do como é a vida!

Eu não podia ter tido maior sorte do que a ter levado aquele fora mais cedo. Contei pra ela minha história, e no fim da noite fomos juntos pra minha casa.

No dia seguinte eu acordei de perna bamba, ela tinha ido embora em silêncio pra não me acordar. Que loucura foi aquela, só me lembro daquela lingerie vermelha, e do som dos gemidos que ela dava.

É meu amigo, veja só como é a vida, até hoje eu nem sei o nome dela...