PAIOL CHEIO DE LEMBRANÇAS DA INFÂNCIA!
       

UM PAIOL CHEIO DE LEMBRANÇAS DA INFÂNCIA,

RECORDAÇÃO DO DIFÍCIL CAVALGAR QUE HOJE OCUPA OUTRO LUGAR NA MINHA HISTÓRIA,

MEMÓRIAS DOS ARRANHÕES DO CERRADO QUE MOSTRAM NO ROSTO AS CICATRIZES DE UMA ERA,

ESPORAS NOS PÉS ACORDAVAM O EQÜINO OU MUAR NOS TORNANDO ÁGEIS NA LIDA DIÁRIA,

CHICOTE NAS MÃOS A CORTAR OS ARES, COM O BARULHO DOS ESTALOS, ANUNCIANDO ÀS RESES QUE O MENINO CHEGARA PARA CONDUZI-LAS AO CURRAL,

CHAPÉU DE COURO QUEBRADO NA TESTA PROTEGIA-ME DO SOL E DA CHUVA...

TEMPO DIFERENTE!

MUITOS SONHOS, MUITAS LUTAS E

UM PASSADO PRESENTE PRESO EM MINHAS MEMÓRIAS!

MAS O PROGRESSO SURGIU...

O CERRADO FORA DIZIMADO E

NÃO EMBELEZAM O CENÁRIO DOS CAMPOS DA MINHA TERRA NATAL!

O MENINO CRESCEU E

POR FALTA DE TEMPO NÃO MAIS CAVALGA,

NÃO LIDA MAIS COM AS TAREFAS SIMPLES DO CAMPO, COM O CHEIRO DA TERRA QUE TANTO INSPIROU, MAS

QUE, AINDA, TANTOS VERSOS ME FAZEM CRIAR!

OS EQÜINOS E OS MUARES FENECERAM EM ALGUM LUGAR DESTE RINCÃO NACIONAL, MAS

PERMANECEM COM OS SEUS NOMES INTOCÁVEIS NA MINHA SAUDADE E OCUPAM ESPAÇOS INDESCRITÍVEIS NA MINHA TRAJETÓRIA!

OS LUGARES FORAM TODOS TRANSFORMADOS... AS CRIATURAS SÃO OUTRAS,

O PAIOL QUE GUARDAVA O MILHO PARA OS ANIMAIS FOI ESQUECIDO E,

AGORA, É SÍMBOLO MARCANTE PARA ARQUIVAR TANTA SAUDADE!...

E QUE SAUDADE DOS MEUS VERDES ANOS,

DA MINHA TERRA QUERIDA,

DOS AMIGOS DE OUTRORA,

DA FAMÍLIA E

DO SIMPLES SERTANEJO QUE SONHOU, LUTOU E,

POR UM DESCUIDO DO TEMPO,

LAMURIA NÃO PODER VOLTAR PARA CONTINUAR A OBSERVAR

TANTOS QUADROS DIVINOS QUE ORNAM O CORAÇÃO!

©Balsa Melo
25.06.2005
Porto de Cabedelo- Paraíba

BALSA MELO (POETA DA SOLIDÃO)
Enviado por BALSA MELO (POETA DA SOLIDÃO) em 05/08/2007
Reeditado em 05/08/2007
Código do texto: T593560
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