O RIDÍCULO INTERESSE PELA VIDA DOS OUTROS.

O vizinho, o desconhecido, é o depositário de minha felicidade? Qual a razão da vida de terceiros interessar tanto? O que traz de construtivo saber o que tem, qual sua importância social e demais reflexos de sua personalidade? Qual seus carros, seus bens, o que usufrui, se está rico, mora em um casarão ou uma cobertura de luxo, viaja pelo mundo, é preparado, fala línguas, se comunica bem em línguas referenciais, etc?

Mas é outra pessoa não sou eu, o que me interessa? Por que seu padrão me interessa tanto?

Está na cabeça dos outros e não no interior, no meu interior, minha possível felicidade? Isto não faz meu espírito incorporar um ser estranho, ridículo, pequeno, rasteiro e pobre em todos os sentidos?

Surge que a maior parcela humana é estranha, pauta sua vida pelo que os outros têm ou são ou representam. É mais que ridículo, é de se ter piedade. Como vivem e sofrem essas amebas?

Um mundo diferente, o mundo dos outros, que não é meu, pretender ser como os outros, estranho e patético, e não como você é e pode ser.

Soa patológico, soa como permanente e insuperável doença da personalidade. E é, absoluta doença de caráter.

Uma morte pessoal, não se vive o que se é , mas o que os outros são e se quer ser.

E é assim e acontece, pobre humanidade em sua maior parte, sofrível e sofredora. Será que por isso sofre? Sofre por não poder ser como outros são, outros que têm mais, são mais. E por isso sofrerão sempre. NÃO HÁ COMO SER COMO OS OUTROS. OS OUTROS SÃO OS OUTROS, NÃO SÃO E NUNCA SERÃO COMO NÓS.

Essa a razão da calamidade em que vivemos, ninguém quer ser o que é, majoritariamente, estamos diante de uma acirrada corrida, a briga de você para se igualar aos outros, padrões desejados, COISA IMPOSSÍVEL, não a você mesmo em suas faculdades e dons. Um interior desertificado.

É como o lastro para todos falarem sobre uma aparente e pretendida prosperidade, falsa, destrutiva, vinda da falácia religiosa.

Esse o grande objetivo, ser o que os outros têm ou são, até no campo "religioso". Que mundo falso que pretendemos incorporar. Por quê?

As falsas religiosidades, que dão nojo, só alardeiam e fazem parecer que dominaram tudo, e pregam, imagine-se, a estupidez,assim : “como vc estava antes?” respondem os perguntados, treinados que estão a poder de trocados, “com dívidas,enormes, milhões”, e agora, perguntam os “bispos”, respondem os falaciosos comprados: “com empresas, lanchas, imóveis, com patrimônios de trinta, quarenta, trezentos milhões..”. Acho que nem analfabeto acredita.

É a felicidade? Sim, para os que se satisfazem com a teatralidade da ficção idiota, da aparência que não protagoniza, no mais das vezes suportadas com graves prejuízos pessoais, desde a alimentação até outros básicos suportes existenciais. Querem ficar com a prosperidade mentirosa, vendida, dos boletos e da captação criminosa da vontade, até em nome de um Deus mentiroso, que nem deísta é, fruto das religiões boçais e energúmenas, dos boletos e da captação de vontade.

Apregoava Nietzche: “Ganância, inveja, mesmo ódio são elementos indispensáveis no processo da luta, da seleção, da sobrevivência. O mal está para o bem como as variações para a hereditariedade, como a inovação e a experiência para os costumes; não há desenvolvimento sem uma quase criminosa violação de precedentes e da “ordem”. Se o mal não fosse bem o mal desapareceria.”

O mal não é bem por não ser necessário, mas não desaparecerá.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 07/03/2017
Reeditado em 07/03/2017
Código do texto: T5933609
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