O que Acontecerá Com Minhas Coisas?
Acho que todo mundo um dia acaba se preocupando com esta questão: O que acontecerá com as minhas coisas depois que eu morrer? Para quem vou deixá-las? Esta é uma preocupação - ou melhor, vou substituir esta palavra por 'pensamento', já que na verdade, não me importa nem um pouco o que vai ser das minhas coisas - como eu ia dizendo: este é um pensamento que às vezes me ocorre.
Não por medo ou preocupação, mas por curiosidade. Todas as coisas que compramos, objetos, casa, roupas, sapatos, livros, CDs, discos de vinil, e tantas outras coisinhas e coisonas... quem vai ficar com elas? Não é curioso? Quem tem filhos sabe a resposta, mas eu não tenho, e às vezes eu me pergunto. Mas coisas são coisas, um dia elas acabam, quebram, se gastam... danem-se!
Mas hoje, eu me refiro especialmente às coisas que eu escrevo: se em vida, pouquíssimas pessoas interessam-se por elas, dirá depois que eu morrer. Eu olho as páginas de escritores que já morreram no Recanto, e leio suas crônicas e poemas, contos e resenhas; leio sobre seus desabafos e desafetos, datas de aniversário, homenagens, tantas coisas... que não valem mais nada hoje. Acabarão sendo apagadas um dia. O site pode acabar, ou decidir apagar escrivaninhas desativadas. Quando entramos aqui, as regras dizem que isso pode acontecer às escrivaninhas abandonadas depois de um certo tempo.
Quanto aos autores mortos, hoje em dia tanto faz, se alguém copiar seus textos e assinar em baixo. E muitos deles viviam preocupadíssimos com plágios! Eu já fui acusada de plagiar um deles, e perseguida por isso. Até hoje eu não sei onde ele "se achou" no que eu escrevo.
Acho que quem se precocupa tanto em ter seus escritos plagiados (e embora eu não seja a favor do plágio, não tenho essa preocupação), é porque pensa que sua obra vai ficar para a posteridade, que tudo o que escreve é grandioso e digno de inveja.
Passo e repasso tudo o que há na minha própria escrivaninha, e penso: pra quê tudo isso? Qual o valor que isso tem? Nessas horas, dá uma vontade grande de parar de escrever.
Mas a vontade passa logo depois, quando a mão começa a comichar, os pensamentos chegam, as observações do que me acontece ou do que acontece em volta de mim continuam... e a vontade de dizer o que eu penso e sinto tem mais a ver comigo mesma do que com os poucos que me lêem.
Mas sei que meu pensamento ou minhas opiniões não tem peso nenhum sobre o mundo, os acontecimentos ou pensamentos alheios. Não vou mudar uma vírgula sequer da história através do que escrevo. Meus leitores são pouquíssimos. Mas mesmo que fossem muitos, hoje em dia ninguém lê, realmente. Passam os olhos por cima e depois se esquecem. Porque há muito a ser lido, escrito, entendido, opinado, combatido, apoiado, comentado.
Não tenho nenhuma ilusão ou esperança adormecidas sobre o que eu escrevo. Se eu fosse realmente boa, já teriam me descoberto. Eu receberia para fazer o que eu faço de graça. Tenho pena de quem se acha grande escritor por aqui, e que hiper valoriza o que escreve. Grandes escritores não escrevem em sites coletivos; não pagam para postar: são pagos.
Ontem, disse a um amigo aqui do Recanto, o senhor Yamanu, que acho que um dia, essa mania de escrever vai passar; depois que eu já tiver dito tudo o que eu poderia dizer em uma vida, acho que vou acabar me cansando, e um dia, vou acordar e perceber que tudo simplesmente se foi. Acabou. O saco esvaziou (ou encheu). Porque eu digo as coisas que digo mais a mim mesma do que a qualquer outra pessoa. Não pretendo mudar ninguém.
Minha responsabilidade é nenhuma. Vou parar de escrever exatamente no dia em que não sentir mais necessidade ou prazer algum fazendo isso. E minha maior certeza, é a de que eu não vou fazer a menor falta a ninguém.
Nem você. Nem ela. Nem ele.
Acho que todo mundo um dia acaba se preocupando com esta questão: O que acontecerá com as minhas coisas depois que eu morrer? Para quem vou deixá-las? Esta é uma preocupação - ou melhor, vou substituir esta palavra por 'pensamento', já que na verdade, não me importa nem um pouco o que vai ser das minhas coisas - como eu ia dizendo: este é um pensamento que às vezes me ocorre.
Não por medo ou preocupação, mas por curiosidade. Todas as coisas que compramos, objetos, casa, roupas, sapatos, livros, CDs, discos de vinil, e tantas outras coisinhas e coisonas... quem vai ficar com elas? Não é curioso? Quem tem filhos sabe a resposta, mas eu não tenho, e às vezes eu me pergunto. Mas coisas são coisas, um dia elas acabam, quebram, se gastam... danem-se!
Mas hoje, eu me refiro especialmente às coisas que eu escrevo: se em vida, pouquíssimas pessoas interessam-se por elas, dirá depois que eu morrer. Eu olho as páginas de escritores que já morreram no Recanto, e leio suas crônicas e poemas, contos e resenhas; leio sobre seus desabafos e desafetos, datas de aniversário, homenagens, tantas coisas... que não valem mais nada hoje. Acabarão sendo apagadas um dia. O site pode acabar, ou decidir apagar escrivaninhas desativadas. Quando entramos aqui, as regras dizem que isso pode acontecer às escrivaninhas abandonadas depois de um certo tempo.
Quanto aos autores mortos, hoje em dia tanto faz, se alguém copiar seus textos e assinar em baixo. E muitos deles viviam preocupadíssimos com plágios! Eu já fui acusada de plagiar um deles, e perseguida por isso. Até hoje eu não sei onde ele "se achou" no que eu escrevo.
Acho que quem se precocupa tanto em ter seus escritos plagiados (e embora eu não seja a favor do plágio, não tenho essa preocupação), é porque pensa que sua obra vai ficar para a posteridade, que tudo o que escreve é grandioso e digno de inveja.
Passo e repasso tudo o que há na minha própria escrivaninha, e penso: pra quê tudo isso? Qual o valor que isso tem? Nessas horas, dá uma vontade grande de parar de escrever.
Mas a vontade passa logo depois, quando a mão começa a comichar, os pensamentos chegam, as observações do que me acontece ou do que acontece em volta de mim continuam... e a vontade de dizer o que eu penso e sinto tem mais a ver comigo mesma do que com os poucos que me lêem.
Mas sei que meu pensamento ou minhas opiniões não tem peso nenhum sobre o mundo, os acontecimentos ou pensamentos alheios. Não vou mudar uma vírgula sequer da história através do que escrevo. Meus leitores são pouquíssimos. Mas mesmo que fossem muitos, hoje em dia ninguém lê, realmente. Passam os olhos por cima e depois se esquecem. Porque há muito a ser lido, escrito, entendido, opinado, combatido, apoiado, comentado.
Não tenho nenhuma ilusão ou esperança adormecidas sobre o que eu escrevo. Se eu fosse realmente boa, já teriam me descoberto. Eu receberia para fazer o que eu faço de graça. Tenho pena de quem se acha grande escritor por aqui, e que hiper valoriza o que escreve. Grandes escritores não escrevem em sites coletivos; não pagam para postar: são pagos.
Ontem, disse a um amigo aqui do Recanto, o senhor Yamanu, que acho que um dia, essa mania de escrever vai passar; depois que eu já tiver dito tudo o que eu poderia dizer em uma vida, acho que vou acabar me cansando, e um dia, vou acordar e perceber que tudo simplesmente se foi. Acabou. O saco esvaziou (ou encheu). Porque eu digo as coisas que digo mais a mim mesma do que a qualquer outra pessoa. Não pretendo mudar ninguém.
Minha responsabilidade é nenhuma. Vou parar de escrever exatamente no dia em que não sentir mais necessidade ou prazer algum fazendo isso. E minha maior certeza, é a de que eu não vou fazer a menor falta a ninguém.
Nem você. Nem ela. Nem ele.