SEMENTE CENTENÁRIA 12ª PARTE

CONSIDERAÇÕES DO AUTOR SOBRE A OBRA

É muito importante e de um valor imensurável, que os acontecimentos relevantes de uma comunidade sejam escritos. Não fosse o cuidado que teve meu tio, Guilhermino Rodrigues Filho (Guilo), que em 1947 em um belo discurso, homenageando Dona Maria Guerra. O deixou escrito de seu próprio punho. Graças à citação do seu relato descrevendo sua trajetória, e citando a ata de fundação da escola, que hoje leva o nome desta imortal professora. Tornou possível resgatar, senão toda, mas um pouco desta historia que iniciou aos quinze de março de 1917.
Uma tarefa difícil pela carência documentária. Cem anos se passou e os primeiros alunos da lendária escola estão todos morando com o papai do céu no seu reino celeste. Quis o destino que eu, como seu ex-aluno cuidasse desta tarefa tão gratificante, mas ao mesmo tempo dificílima.
Escrever sobre a mulher, mãe de família, a domestica no cotidiano sertanejo, é muito fácil e simples. O difícil é encontrar palavras adequadas que façam jus à grandeza e a genialidade, da professora que dedicou a vida, sem nenhuma vantagem pessoal, em prol de uma comunidade matuta, de gente xucra mergulhada na escuridão do analfabetismo.
Dona Maria Guerra foi capaz de realizar um feito inédito ao conciliar seus afazeres de mãe de família e de dona de casa, com as aulas ministradas numa casa de escola plantada no meio de uma mata virgem. Lecionando com os minions recursos materiais, para diversas classes de alunos ao mesmo tempo. Somente uma pessoa dotada por Deus com o dom de uma de fada poderia realizar esse milagre. E foi exatamente o que aconteceu durante os 33 anos, dedicados por ela a essa sua bela missão de mestra.
Como ex-aluno na última geração educada por ela, tomei a liberdade de escrever algo sobre sua história. Numa tentativa de resgatar um pouco de sua brilhante trajetória como educadora. Cujos frutos cultivados com o seu talento resultaram na convivência social harmoniosa vivenciada por nossa gente. A paz e harmonia que movem a boa conduta do nosso povo são reflexos espelhados em sua personalidade.
Esta é uma obra singela, escrito com o meu linguajar caboclo, para que as futuras gerações saibam o motivo da perpetuação de seu nome na escola onde ela lecionou por 33 anos.
Fui seu aluno no meu primeiro ano do curso primário em 1950 no apagar das luzes de sua majestosa jornada profissional. O ultimo ano de sua nobre e brilhante carreira, lecionando para as gerações que formaram a sociedade que habita o distrito do Engenho do Ribeiro.
Gostaria eu, ter um pouco do talento do qual a célebre Dona Maria, se serviu e nos serviu também. Para com palavras mais adequadas e sublimes registrar aqui sua indelével biografia. Essa grande mestra do nosso passado, que com o dom de uma verdadeira fada, e o pensamento voltado para o bem comum, erradicou o analfabetismo do Bom jardim do Picão, o atual Engenho do Ribeiro.
Se atualmente gozamos de paz harmonia e solidariedade em nosso convívio, são reflexos espelhados pela conduta dessa grande mulher que aqui chegou ao ano de 1917 e mergulhou fundo na formação desta sociedade. A ela que está no reino do pai celeste minha eterna gratidão...




(Dona Maria em fim de carreira  foto arquivo pessoal)






SIDERAÇÕES DO AUTOR
Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 06/03/2017
Reeditado em 06/03/2017
Código do texto: T5932151
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