Fé e Sol

Estou cansado fo jogo de cartas marcadas. Sou um homem sincero, de uma siceridade, admito, quase rude: acho que devemos repudiar o governo golpista, mas não podemos esconder os erros da esquerda. Na verdade, grande parte dela acostumou-se com mordomias e vaidade, esqueceram a militância e começaram a cortejar e participar da elite do país. Muitos viraram traíras da luta popular e ficaram arrogantes e prepotentes. Só agora a ficha está caindo, quando inês já é morta. A esquerda traíra não merece perdão.

Ando meio descrente dos nossos políticos, de cabo a rabo. Hoje achei uma crônica escrita pelo Professor Potiguar Matos, pesqueirense e um dos melhores professores de Pernambuco em todos os tempos, escrita noutro contexto, mas um trecho dessa crônica cai como uma luva para definir a nossa atualidade:

"Chegamos ao fim da linha. Se o governo não é responsável pela situação calamitosa em que recebeu o País, é responsável, entretanto, por todos os males que lhe acrescentou, principalmente, pela incompetência com que de comduziu e a tolerância veludosa com a corrução desadorada e invencível. Nunca os pobres foram tão pobres como hoje. Jamais aconteceu achatamento salarial tão drástico, nem nos trmpos da servidão.

"Te digo, paciente amigo, tomaram o pedaço de pão, o copo de leite, o naco de carne do trabalhadot. A fome rói toda umz população de crianças, não só as abandonadas, também, as que têm pais e pais que trabalham, crianças subalimentadas, as grades vítimas desse desgoverno que nos humilha e explora.

"O trichacal, ou urubu, ou hiena, está solto, roendo os ossos dos mais humildes, dos indefesos, dos mais sacrificados, pobres diabos que nem sabem o que é pato ao tucupi. Que resta ao povo?

"Talvez a fé de que não conseguirão destruir o País. Algo como a certeza de que dempre haverá manhãs. E sol, muito sol, sobre o pântano".

Vale para o nosso momento. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 05/03/2017
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