FOI-SE UM PERSONAGEM REFERÊNCIA
FOI-SE UM PERSONAGEM REFERÊNCIA
BETO MACHADO
Toda comunidade tem um punhado de personagens que se tornam referência local. A CAROBINHA não é exceção da regra. Mas esse domingo amanheceu sob uma nuvem de tristeza para os amigos e vizinhos de GERALDO... E não era um Geraldo qualquer. Era O da BARRACA DO GERALDO (Onde se Vende de Tudo um Pouco).
A brisa fresca da manhã dominical circulava pelas ruas 55, 56, 64, 65, 67, 68, 69, trazendo consigo a perplexidade dos que iam sendo informados do ocorrido: --- Geraldo morreu!
Uns, pensando ser pegadinha, silenciavam, acenando positivamente com a cabeça. Outros, ansiosos, perguntavam e respondiam simultaneamente --- Que Geraldo, o boiola? --- Diante de gestuais positivos, confirmando a morte do promotor das excursões à Aparecida do Norte e passeios ao Centro de Cultura Nordestina (Feira dos Paraíbas), foi se formando um alvoroço em frente à Barraca do falecido.
Em cada esquina da Comunidade os “comentaristas” da vida alheia se movimentam em direção ao sinistro, formando uma considerável multidão que já impediam a circulação dos veículos. Impedimento que só estancou com a chegada da viatura da polícia para tomar pé do acontecido. Mas a presença policial não deu cabo à sanha dos “comentaristas.
Jamais eu incluiria no meu texto os comentários ouvidos de uns despudorados, muitas vezes ajudados pelo, ora, morto. Tanto por respeito à alma desencarnada, quanto por admiração à uma inteligência racional, ainda que sua inteligência emocional fosse sofrível.
Por falar em emoção, Geraldo não tinha um parente sequer no Rio de Janeiro. Nesse momento abre-se uma bolsa de apostas: --- “Quem tomará conta da BARRACA DO GERALDO?” --- A minha resposta é sigilosa... Quero acertar sozinho.... Pois o prêmio será uma quentinha com arroz, feijão e um bife “a MILAnesa”.
Descanse em paz, GERALDO.