SÓ ACREDITO NAQUILO QUE MEUS PÉS PODEM PISAR
Olho para cima, dizem que Deus está lá. Olho para baixo, meus pés... Em quem acreditar?!...
Se vejo, aos domingos, nas mais afáveis manhãs das primaveras dos domingos de missas, tantas famílias cuspindo missivas ridículas quando descem os degraus da igreja... uns que a poucos instantes, simbolicamente, estavam recebendo o Corpo de Cristo, combina com seu parceiro em afogar esse mesmo Corpo nas águas amargas da cachaça; outras, recém saídas de intensas confissões ao capelão, dizendo-se resignada, ao encontrar a amiga de salão não deixa escapar a menor chance a crítica sobre a colega de culto de vestido curto, por pudor hipócrita e inveja maligna, e a sabatina diante das imagens outrora dispensada no Templo a pedido do padre, serviu apenas para curar o tempo de seu trajeto entre o púlpito de suas orações e ao abrir de sua boca para bradar tais aberrações.
Olho para cima, alheio, tentando entender como são processadas e seguidas as leis e dogmas religiosas, sem conseguir muito entendimento, em muitos anos, muitos anos perseguindo algumas das religiões mais próximas ao Ocidente, não consegui me convencer de que para conviver em paz comigo mesmo, ao invés de ficar testando uma fé vacilante, que sempre precisava ser testada, colocada em xeque, bastava minha própria vida e minhas responsabilidades, algo que já me dava um tanto de labuta, fui aos poucos sendo empurrado ao niilismo religioso, consequentemente, jamais me permitiria ser controlada remotamente por seres sobrenaturais, não matemáticos e ridiculamente respeitado por uma força inócua. Meus olhos foram tomando parte dos arredores, das árvores, dos automóveis, das pessoas, dos objetos tácteis e de cima para baixo, hoje, continuo olhando apenas para os meus pés, pois sei que esses me dão o firmamento para não me iludir em vidas extemporâneas, apenas com a vida real.
Olho para cima, dizem que Deus está lá. Olho para baixo, meus pés... Em quem acreditar?!...
Se vejo, aos domingos, nas mais afáveis manhãs das primaveras dos domingos de missas, tantas famílias cuspindo missivas ridículas quando descem os degraus da igreja... uns que a poucos instantes, simbolicamente, estavam recebendo o Corpo de Cristo, combina com seu parceiro em afogar esse mesmo Corpo nas águas amargas da cachaça; outras, recém saídas de intensas confissões ao capelão, dizendo-se resignada, ao encontrar a amiga de salão não deixa escapar a menor chance a crítica sobre a colega de culto de vestido curto, por pudor hipócrita e inveja maligna, e a sabatina diante das imagens outrora dispensada no Templo a pedido do padre, serviu apenas para curar o tempo de seu trajeto entre o púlpito de suas orações e ao abrir de sua boca para bradar tais aberrações.
Olho para cima, alheio, tentando entender como são processadas e seguidas as leis e dogmas religiosas, sem conseguir muito entendimento, em muitos anos, muitos anos perseguindo algumas das religiões mais próximas ao Ocidente, não consegui me convencer de que para conviver em paz comigo mesmo, ao invés de ficar testando uma fé vacilante, que sempre precisava ser testada, colocada em xeque, bastava minha própria vida e minhas responsabilidades, algo que já me dava um tanto de labuta, fui aos poucos sendo empurrado ao niilismo religioso, consequentemente, jamais me permitiria ser controlada remotamente por seres sobrenaturais, não matemáticos e ridiculamente respeitado por uma força inócua. Meus olhos foram tomando parte dos arredores, das árvores, dos automóveis, das pessoas, dos objetos tácteis e de cima para baixo, hoje, continuo olhando apenas para os meus pés, pois sei que esses me dão o firmamento para não me iludir em vidas extemporâneas, apenas com a vida real.