MadruBaca

Boa noite meus 23 fieis leitores e demais 36 de quando em vez. Essa é das raríssimas vezes que venho num domingo para nosso encontro literário semanal e, digo, é a primeira vez em que compareço pela madrugada. A primeira! A gente tem de inventar coisas novas para aquecer nossa relação literária, não é mesmo?

Começo informando que não pude vir aqui na sexta por necessidades domésticas. Isso mesmo, necessidades domésticas! A Louise me colocou para trabalhar o dia inteiro em casa. Inventou de trocar o lugar dos móveis em toda a casa. É bem coisa de mulher ficar inventando isso. Eu até acho que essa mania que alguns supermercados tem de trocar tudo de lugar uma vez por semana é coisa das mulheres que lá trabalham, para se sentirem melhor.

Carreguei e empurrei móveis o dia todo. Quando ela foi entrar na minha biblioteca eu tomei uma atitude. Aqui não! Ela quis argumentar que ia ficar melhor, coisa e tal, essas boagens que elas sempre falam. Não! Mantive minha autoridade em algum lugar dessa casa, pelo menos.

Quando eu fui sentar para escrever minha crônica... PQP! Chegaram os pais dela para jantar com a gente. Puxa vida, mais tarde, quando os velhos se foram, estava com muito sono e cansaço para escrever.

No sábado eu trabalhei. É, eu traballho né, sou assalariado, como quase todo mundo. Ou vocês achavam que eu vivia de literatura? Ou que a Louise me sustentava? Ou que eu era aposentado? Ou que meu pai é rico? Ou que sou herdeiro de uma grande fortuna? Não, este Baca trabalha pra pagar a gasolina do carro do Toninho Jr. Ah, mais essa, esqueci de contar: o Toninho arrumou um emprego meia-boca e comprou um carro. Daí a Louise me enche o saco pra pagar a gasolina pra ele, pois o que ele ganha não dá. O que a gente não faz só porque a esposa é deliciosa, não é mesmo?

Bom, então resolvi escrever agora de madrugada, depois que cheguei do serviço e a gente tinha uma janta já marcada na casa dos meus pais. Até pensei em escrever domingo pela manhã, mas vai que dá alguma agenda inesperada eu me embanano de novo, né?

Bom, era isso. De tanto me explicar acabei sem assunto. O que eu podia falar das madrugadas abaixo de zero do inverno daqui de Charky City, não é mesmo? Do que tá passando na TV? Do gelo? Bom, deixa assim. Vou ir deitar. Tá na hora de cobrar a Louise pelos meus serviços. Eu sou que nem cobrador, venho na hora que a pessoa menos espera. Inté.

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Era isso pessoal. Toda sexta, final de tarde, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.

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Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 05/03/2017
Reeditado em 05/03/2017
Código do texto: T5931016
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