A CHAVE DA VIDA.

A CHAVE DA VIDA.

Dê capa vinho, lá está ele, esparramado no angelim da mesa, a casa está viva, pés desfilam alvoraçados ,as musicas ocupavam corredores e quartos, as bocas as taças, Do lado de fora arbustos celebravam o fim de tarde. Um riachinho cochilava montanha abaixo.

Lá estava ele, invisível, tímido , dentro dele uma linda história de vida, quantas sensações estão mudas, e quantas realizações esconde seu silêncio, na capa apenas um nome em tintas douradas, cujo silêncio chegava a incomodar . Notei, queria ser o voz que libertava a miséria do mundo, a mãos que alinhava as classes, mas estava ali esquecido, num ócio sem fim, a tempos não sentia o calor de mãos , não sentia a revolução do seu corpo transformando as mentes obliterada pela acomodação coletiva. Estava mudo , a ignorância é o grande muro que separa as classes.

Não podia morrer sem cumprir seu papel de desatar os nós, mas também era inviável gritar , senti que pensava: A humanidade precisa padecer para depurar e aparar as arestas de tantas vidas. Não se entrega o prato pronto, e acima de tudo é a fome que leva o faminto a mesa, é a sede que abri as moringas. Iria permanecer ali naquela mesa, recebendo dos tempos os tempestivos desgastes. Mas, vi nele a serenidade de uma sábio que espera o ignorante , pedir socorro, e ai ele vai e bota unguentos nas feridas, e depois goza ao ver a face modificada. Senti sua respiração ofegante pulsar no seu silencio , e sua boca em varias páginas vociferando, o que emperra a humanidade é a preguiça .

Fique instante a observar , deslizei meus olhos no vinho cintilante de sua capa, não havia extensão mais bela, um prazeroso parque de intenso proveito. Um rio, que desaguando, espalharia chaves e abriria portas, destrancavam cadeados, ajeitava as deformações de cada transeunte.

Dei um passo, me veio a vontade de percorrer seu corpo, notei nele um pequeno rebuliço, um ar de expectativas operavam em mim , e em cada canto, me via adentrando um oásis de prazeres, gotas de estrelas escorria em meu pensamento, só eu , ele e a solidão da grande sala. Tomei coragem e peguei-o. Tuas páginas amareladas por longos tempos de esperas, sorriu para meus finos dedos, seu corpo se abriu para a penetração de minhas ansiedades, mergulhei no oceano do teu avido corpo, como um peixe que busca nas profundidades seu alimento.

De inicio, confesso , comecei como um pássaro que quer aprender voar, voei desesperadamente descobrindo em cada linha um novo horizonte. Me fartei, dispus lâmpadas em meus quartos escuros, minha noite se fez dia, renasci para o mundo como uma semente que sai das trevas da casca para projetar a sombra. Após esse encontro, selamos nossa união, hoje felizes ,estamos um para o outro, somos as mãos que acendem os dias.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 03/03/2017
Reeditado em 04/03/2017
Código do texto: T5929845
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