DYLAN E O NOBEL DE LITERATURA

Pra começo de conversa é No - bél , oxítona aberta (de Alfred Nobel, inventor da dinamite, da bomba atômica, da granada de mão, do napalm, do spray de pimenta , do gás mostarda e do ketchup), pois se trata de nome próprio (no caso sobrenome) e não nó - bel, paroxítona aberta. Embora assim, paroxítona, possa soar mais estiloso. Eu, sendo profundo conhecedor da língua pátria de Alfred Nobel , o sueco, e estudioso da vida desse grande cientista - por isso sei pronunciar o sobrenome dele direitinho – humildemente confesso: não entendo patavinas de Literatura (acadêmica, antropológica, psicológica e sociologicamente falando) , por isso nada posso dizer com autoridade a respeito da justeza ou não do prêmio conferido ao Bob. Além disso, embora eu domine a língua sueca, o javanês , o Tailandês, o Esperanto, o Latim e outras línguas inúteis ou mortas, muito pouco sei de inglês: nada muito além de gúd mórnings, de gúd náits e ái lóviús. De modo que não faço a menor ideia do teor das letras escritas e cantadas em inglês pelo Dylan. Também por desleixo meu nunca fui em busca de traduções, salvo um ou outro caso isolado de acesso através de uma ou outra versão cantada por terceiros em português ou javanês. Assim, coerente com meus princípios éticos e filosóficos de não externar opiniões sobre assuntos sobre os quais nada sei, deixo aos especialistas em literatura apreciações melhor fundamentadas sobre a questão.

Porém, passeando por publicações, postagens em redes sociais e blogs vejo que fora externadas algumas opiniões de especialistas em Literatura - escritores, críticos... - a respeito da questão. Uns pró prêmio, outros contra e outros muito pelo contrário, se referindo ao Bob como “grande músico”. Não, isso não. O próprio Dylan sempre soube ser músico limitado, precário. A música foi meio utilizado, o veículo para propagar sua literatura, suas impressões, seu ideário. Um cantador contemporâneo, um menestrel da era eletrônica e cibernética. Em geral três ou quatro acordes, uma melodia bonita e bem estruturada , às vezes pungente, geralmente repetitiva e facilmente assimilável aos ouvidos das massas , pra se cantar juntos com as mãos postas pra cima balançando sobre a cabeça ou batendo palminhas - o que não é demérito, muito pelo contrário. Mas grande músico, definitivamente, não! Como se diz popularmente “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa“.