ROMANTISMO – Os resquícios de uma herança Brega
Não sei como devo contar essa história, de frente para baixo ou de debaixo para frente, a depender do olhar vetorial de gerações específicas tal narrativa pode sofrer variações bastante tendenciosas, é óbvio. Nessas minhas quase 4 décadas de vida a cultura desempenhou um papel muito importante para eu ser o que sou hoje – um pedante que diz ler Nietzsche e entende-lo; ouvir Heavy Metal e compreende-los e falar línguas estrangeiras para ignorantes tão ignorantes quanto eu mesmo.
Minha herança musical é muito interessante – Venho de uma tradição nordestina acompanhada da música breguista das biroscas de fim de pista. Não me recordo ter, em minha árvore genealógica, antes de meu pai, contato com parentes ulteriores a ele, mas, analisando as opções assistidas em cada época, não acredito que esses tenham sido influenciados por um outro tipo de música que não essa que citei. Desta forma, seguindo os passos dessas tradições e influências, tenho certeza de que todos os seres humanos gostam de música, isso é fato, mas o que não confirmo é que o tipo de música influencia o meio, sendo determinante ao ecletismo musical e ao gosto das pessoas.
Eu cresci, até os meus 13 anos, ouvindo artistas como: Amado Batista, Genival Santos, Osvaldo Bezerra, Bartô Galeno, Odair José, Roberto Carlos, Diana, Reginaldo Rossi e Adelino Nascimento. Todos esses artistas, apesar de possuírem letras de músicas românticas, não tinham originalidade, era sempre a mesma coisa – Mulher – Corno – Cachaça. Não muito diferente do que temos hoje com as músicas sertanejas – Amor – Traição – Bar. Ou pior, como o funk – Mulher – Sexo – Drogas. Entendo que a função da música é a de atingir os sentimentos das pessoas em qualquer situação, independentemente de seu estilo e do momento, mas, infelizmente, o que acontece hoje? Não existe mais a ideia da “Concepção de uma Obra”, ou seja, de um Álbum, um material registrado pelo artista, como se faz com um artista plástico quando pinta um quadro, ou com um diretor de cinema quando lança um filme, um livro, enfim. Não existem mais os CD’s, os DVD’s e, principalmente, os Long Plays (LP’s) com toda sua arte, a capa dupla toda confeccionada por um artista tanto por dentro, quanto por fora, com tema baseada no título da obra, instruindo-se pelo conceito das letras escritas para aquele tema. Existia o prazer de se descobrir, através de caráter investigativo as nuances dos argumentos empregados pelos artistas no disco, não apenas gravar 12 faixas de instrumentos mixados em estúdio alugado, juntar algumas vozes como sempre se faz e pronto.
Mas, infelizmente, tudo isso acabou, quem se importa mais com isso? Vejam quem se importa mais com a música? Não quero criticar as novas plataformas, pelo contrário, a música deve ser acessada pelo maior número de pessoas possível. A questão não é a de que tudo está tão fácil, mas, se formos pensar exclusivamente no objeto em si, ele não existe mais, ele é transitório e efêmero. O que vale mais atualmente para a música alienante: Ir ver o seu artista? Ouvir sua música? ou tomar cachaça? Hoje, fico impressionado como surgem tantos artistas com milhares de fãs instantâneos e não se sabe uma música, não se tem ao menos uma música pronta se quer, às vezes, no máximo, gravou um vídeo caseiro no banheiro do quarto, usando o pente como microfone e jogou no youtube, do nada virou astro. Tá bom pra vocês?!
Mas, voltando ao meu DNA musical, acho incrível como não herdei nada daquilo que ouvi por tanto tempo. Minto, omiti outrora, justamente para deixar para o final a grande herança que meu pai me deixou como o seu maior legado cultural aos meus dias atuais: Apesar de ter ouvido muita merda, naqueles intervalos sempre eram introduzidos momentos dos 4 Grandes do Forró Nordestino: Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro e Marinês, e, mesmo não tendo a pretensão e nem o juízo de valor em saber diferenciar o que era bom e o que era ruim, com certeza, na peneira do tempo, me sobrou esses 4 tesouros imortais. Por mais que eu tente dissociar estilos musicais através dos seus respectivos ritmos, letras e harmonias, uma coisa é impossível: Música quando boa é atemporal!
Minha herança musical é muito interessante – Venho de uma tradição nordestina acompanhada da música breguista das biroscas de fim de pista. Não me recordo ter, em minha árvore genealógica, antes de meu pai, contato com parentes ulteriores a ele, mas, analisando as opções assistidas em cada época, não acredito que esses tenham sido influenciados por um outro tipo de música que não essa que citei. Desta forma, seguindo os passos dessas tradições e influências, tenho certeza de que todos os seres humanos gostam de música, isso é fato, mas o que não confirmo é que o tipo de música influencia o meio, sendo determinante ao ecletismo musical e ao gosto das pessoas.
Eu cresci, até os meus 13 anos, ouvindo artistas como: Amado Batista, Genival Santos, Osvaldo Bezerra, Bartô Galeno, Odair José, Roberto Carlos, Diana, Reginaldo Rossi e Adelino Nascimento. Todos esses artistas, apesar de possuírem letras de músicas românticas, não tinham originalidade, era sempre a mesma coisa – Mulher – Corno – Cachaça. Não muito diferente do que temos hoje com as músicas sertanejas – Amor – Traição – Bar. Ou pior, como o funk – Mulher – Sexo – Drogas. Entendo que a função da música é a de atingir os sentimentos das pessoas em qualquer situação, independentemente de seu estilo e do momento, mas, infelizmente, o que acontece hoje? Não existe mais a ideia da “Concepção de uma Obra”, ou seja, de um Álbum, um material registrado pelo artista, como se faz com um artista plástico quando pinta um quadro, ou com um diretor de cinema quando lança um filme, um livro, enfim. Não existem mais os CD’s, os DVD’s e, principalmente, os Long Plays (LP’s) com toda sua arte, a capa dupla toda confeccionada por um artista tanto por dentro, quanto por fora, com tema baseada no título da obra, instruindo-se pelo conceito das letras escritas para aquele tema. Existia o prazer de se descobrir, através de caráter investigativo as nuances dos argumentos empregados pelos artistas no disco, não apenas gravar 12 faixas de instrumentos mixados em estúdio alugado, juntar algumas vozes como sempre se faz e pronto.
Mas, infelizmente, tudo isso acabou, quem se importa mais com isso? Vejam quem se importa mais com a música? Não quero criticar as novas plataformas, pelo contrário, a música deve ser acessada pelo maior número de pessoas possível. A questão não é a de que tudo está tão fácil, mas, se formos pensar exclusivamente no objeto em si, ele não existe mais, ele é transitório e efêmero. O que vale mais atualmente para a música alienante: Ir ver o seu artista? Ouvir sua música? ou tomar cachaça? Hoje, fico impressionado como surgem tantos artistas com milhares de fãs instantâneos e não se sabe uma música, não se tem ao menos uma música pronta se quer, às vezes, no máximo, gravou um vídeo caseiro no banheiro do quarto, usando o pente como microfone e jogou no youtube, do nada virou astro. Tá bom pra vocês?!
Mas, voltando ao meu DNA musical, acho incrível como não herdei nada daquilo que ouvi por tanto tempo. Minto, omiti outrora, justamente para deixar para o final a grande herança que meu pai me deixou como o seu maior legado cultural aos meus dias atuais: Apesar de ter ouvido muita merda, naqueles intervalos sempre eram introduzidos momentos dos 4 Grandes do Forró Nordestino: Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro e Marinês, e, mesmo não tendo a pretensão e nem o juízo de valor em saber diferenciar o que era bom e o que era ruim, com certeza, na peneira do tempo, me sobrou esses 4 tesouros imortais. Por mais que eu tente dissociar estilos musicais através dos seus respectivos ritmos, letras e harmonias, uma coisa é impossível: Música quando boa é atemporal!