O vento, as flores amarelas e o gato...
A tarde em aromas, sons e cores, aos poucos se despedia, enquanto da janela da sala eu observava o jardim: o pouso breve dos pássaros na grama, as mini begônias enfeitando a floreira e a muda de café, recém-plantada deixava uma sensação de paz e de conexão com a natureza.
Entre os espaços da cortina de renda, um vento curioso e brincalhão passeia, e aproxima-se da mesinha de madeira que fica num canto da sala. Ao receber o toque do vento, algumas pétalas das flores amarelas que estavam no pequeno vaso de cristal desprendem-se e, em um delicado e único voo aconchegam-se a escultura do gato branco.
Seguro com cuidado uma das pétalas e imagino as flores ainda sementes, depois germinando e num ritmo mágico de vida e sabedoria desabrochando e colorindo o dia de quem as observa-se. E assim, envolvida com as imagens e sensações eu quase posso tocar a borboleta branca que veio pousar em suas pétalas.
O gato branco na sua imobilidade de escultura, revelando traços de uma solidão contida, enfim, parece sorrir por sentir o vento e a companhia das carinhosas pétalas amarelas.