EITA CASTIGO!

Há certos dias que, em minha cabeça, sinto a passagem de um remoinho que traz, no bojo, um montão de idéias e imagens estapafúrdias. Parece até folhas que o dito cujo apanha no chão, arranca das árvores e vai jogar lá não sei onde...

Bem! Hoje foi um dia desses. Imagine que estava, tranquilamente, olhando uns arapuás que tratavam de encher a pança num dos canteiros que cultivo, quando, uma vizinha berrou, lá da janela da casa o nome da filha que se esbaldava num tagarelar, sem fim, com uma outra filha de vizinha. Evaaaaaaaaaaaaa!

Bastou esse nome para que o tal remoinho carregasse minhas memórias lá para as bandas do Paraíso. Não! Não é Paraíso, bairro, não senhor! É paraíso, de verdade, o Éden mesmo! E, num piscar de olhos, comecei a elucubrar coisas em que muito pouca gente foi instada a pensar.

Uma dessas coisas complicadas foi que aprendi, quando criança, que Deus criou Adão e Eva e os colocou no Paraíso para que vivessem numa boa até o fim da vida. Mas, um detalhe chamou minha atenção: Num versículo do Livro Sagrado, é dito que “Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, macho e fêmea os criou”. Já, num outro versículo, uma segunda informação dá uma outra dica já em atrito com a primeira. Nessa, do barro modela Adão e, depois de algum tempo, dá-lhe um sono profundo, arranca-lhe uma costela e pronto! Fez-lhe a Eva! ]

Mas, uma frase divina veio complicar meus cansados miolos: “Crescei e multiplicai”! Ora! Afinal, o casal primordial veio ao mundo como “criança” ou como “adulto”? E como entender a criação da dupla separada, depois de já haver sido criada com os dois juntos? Onde cabe o “Crescei e multiplicai”?

O outro complicador está no fato de que o casal, depois de haver comido do fruto proibido, ao se ver diante da Divindade, “reparou que estava nu”! Ora! Quem mais havia, no Paraíso, que andava vestido? Afinal, Deus andava vestido também? Quem fazia as roupas para Deus, e para os dois apavorados?

Mais complicada, ainda, fica a incógnita, quando se vê que o casal foi punido, exatamente, pela atividade procriativa que, acabou sendo demonizada, considerada pecaminosa até os dias atuais...

Afinal, o que há por trás dessa narrativa que percorre o mundo, há séculos, sem ser devidamente alijada desse tipo de complicador incômodo aos teólogos.

Segundo dizem as más línguas, esse assunto deu tamanho ti-ti-ti que, no Paraíso não se falava em outra coisa. Foi então, que o Criador, zangadíssimo tomou a fatídica decisão. Chamou os dois e os mandou ir cuidar da vida lá fora, bem longe do Paraíso. Daí, em diante, começou a confusão aqui do lado de fora e, nós, sem entendermos nada do que aconteceu, de verdade! Hummm! Um dia alguém explica isso, direitinho! Eita castigo!

Amelius – 28-02-2017

Amelius
Enviado por Amelius em 28/02/2017
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