SONHOS
SONHOS
28fev17
Quantas vezes ouvimos numa roda de amigos, quando jogamos papo fora para esquentar a cerveja e esperar outra gelada, sobre os sonhos. Os sonhos relatados vêm de forma explícita ou velada, narrados na primeira ou na terceira pessoa seja no singular ou no plural.
Os sonhos enquanto sonhos são sempre desenhados com cores exuberantes, recheados de sabores jamais experimentados e vale tudo: da princesa do castelo de longas tranças louras ou negras que no meio da madrugada as oferecia como escada para seu valente amado até uma casinha branca no alto da serra, uma varanda e uma janela, só pra ver o sol nascer.
Os sonhos quando se tornam realidade são fugazes, se esvaem como a fumaça. Na realidade a princesa das longas tranças estava de peruca e o valente amado só queria ir até lá em cima para poder usar as perucas da princesa e a casinha branca no alto da serra não era nada além da maloca do chefe da boca sem varanda e a janela era apenas uma vigia para ver os “samangos” subirem o morro atrás de propinas.
Sonhos foram feitos para se sonhar e aí somos capazes de ter ou ser o que quisermos. O baixinho passa a ter 1 metro e noventa, a gordinha passa a ser uma delícia de curvas cheias de perigos, os cinquentões vivem sua adolescência eterna, opostos se tornam iguais e então se repelem.
Sonhemos todos com o sorriso da mulata passista que se exibia só para nós, sonhemos com o telefonema ansiado e que nos desperta no meio da noite dizendo abra a porta que estou chegando, sonhemos que quem já esteve conosco não nos esquece e só está a nos esperar, sonhemos com princesas ou dragões.
Sonhemos sempre e vivamos a realidade de cada segundo como se fossemos despertar no segundo seguinte, pois o sonho bem sonhado nos trás realidades impossíveis.
Geraldo Cerqueira