VELHO DE PROGRAMA
De vez em quando, no vocabulário popular, surgem palavras que, sem que se saiba de onde vem, acabam por “viralizar” ou tornarem-se “memes”. Algumas dessas palavras costumam ser antecedidas pelo sinal gráfico “jogo da velha” assumindo o significativo de “hashtags”, com o conteúdo disponível na “Rede”, principalmente nas “redes sociais”, aberto para leitura geral. Esse “protagonismo” das palavras, muitas vezes se insere no que já costumamos chamar de “politicamente correto”. Nele vemos o destaque dos assuntos que envolvem “minorias” sejam elas de que grupos forem. Tais minorias, “barulhentas” por excelência, findam por impor suas reivindicações, dentre elas, as de “gênero”, “feministas”, “machistas” ou de “quotas” o que, segundo pensam, as colocam em posição de pretensa igualdade com as “maiorias repressoras”.
Também tem seu lugar ao Sol, as pessoas acometidas de deficiências físicas, hoje chamadas de “portadoras de necessidades especiais” e as que vivem suas vidas nas outroras favelas, hoje, "comunidades". A essas se juntam os criminosos, menores de dezoito anos, que receberam o codinome de “menores infratores” quando “apreendidos”, pela polícia, nos revezes da vida.
Essas palavras também surgem no jargão político, de acordo com a ideologia, podendo ser de ordem “progressista” ou “conservadora”. Nesse caso, uns são denominados “esquerdopatas” e outros, “fascistas”, acusados de cultivarem o “retrocesso” impondo valores das “elites”, da “burguesia”. Nesse ambiente insano, divisionário, tanto o “nós” quanto o “eles” se confundem num quadro onde nem de longe se sente o cheiro dos “direitos humanos”, tão propalados pelo bolo “gramcista”. Aqui, o “eles” procura, na visão “petralha”, identificar os que rezam na cartilha antagônica, dos "postes" e “coxinhas”.
No meio de toda essa confusão em que se digladiam “gramcistas”, “fabianistas”, “globalistas, “liberais” e “nacionalistas”, nesses dias de Carnaval, a palavra mais incidente na mídia é a que identifica mulheres bonitas como “musas”. Outras bem cotadas levam o título de “garotas de programa”, assim como seus colegas, “garotos de programa”. Mas, isso logo vai acabar, pois quando a festa da carne amainar, a mídia voltará a berrar de dentro das “arenas” as façanhas do futebol. E todos voltarão à telinha aprender com o BBB, Faustão e, principalmente as novelas em que vemos, em cada quadro, um casal em atividade quase explícita, mostrando como exercitar a “liberdade” nessa “sociedade repressiva”. “Orra, meu”!
E eu, lutando contra a desorientação lingüística, prefiro ficar esperando para ver se pega o neologismo que invento agora. Depois de tantos recursos da Medicina para ativar as coisas do “gênero masculino”, quem sabe se surgirá na mídia, o “meme” “Velho de Programa”? “Vamonessa”?
Amelius – 28/02/2017